Justiça condena Eloir Colombo por prática de rachadinha

Nova Hartz – Foi em setembro de 2018 que uma acusação da prática de corrupção e peculato, a popular rachadinha, contra o então presidente da Câmara de Vereadores, Eloir Colombo (MDB), sacudiu o cenário político de Nova Hartz. A então ex-diretora Claudete Rodrigues foi quem fez a denúncia. O caso ganhou desdobramentos, uma CPI foi instalada no Poder Legislativo e o Ministério Público (MP) denunciou Colombo contra os crimes, através de uma Ação Civil Pública (ACP).

Na última sexta-feira (20), a juíza da Comarca de Sapiranga, Paula Mauricia Brun, emitiu a sentença sobre o caso. Em seu despacho, a magistrada acolheu parcialmente os pleitos do MP, condenando Colombo pelos crimes de improbidade administrativa, por exigir parte da remuneração da servidora e por contratar advogado com recursos do Poder Legislativo para fins pessoais. A pena imposta é a suspensão dos direitos políticos por quatro anos no caso da rachadinha e dois anos no caso da contratação de advogado. A sentença prevê ainda o ressarcimento aos cofres públicos em valores corrigidos e pagamento de multa também com valores corrigidos. As decisões cabem recurso.

Promotor comenta decisão do caso

A ACP foi conduzida pelo promotor da Comarca de Sapiranga, Michael Schneider Flach. “A decisão do Judiciário foi na linha do pedido do Ministério Público, eis que restou configurado que havia conduta irregular do vereador que, no caso, se apropriava de parcela da remuneração da sua assessora”, cita o promotor, que também avalia sobre possíveis recursos que o ex-vereador Eloir Colombo possa requerer diante da decisão em primeira instância. “Nós confiamos que a decisão possa ser mantida, porque a sentença está muito bem fundamentada”, acrescenta Michael. O promotor também destaca que o MP segue atento a atuação dos agentes públicos. “No momento, não temos denúncias de práticas semelhantes, mas assim como foi na época, a ação sempre foi pública para que todos tivessem conhecimento de como o Ministério Público procedeu”, finaliza.

À época, Colombo negou acusações e disse que foi ameaçado

A reportagem tentou contato com o acusado em dois números de telefone diferentes, mas não obteve sucesso para buscar uma posição de Eloir Colombo sobre a decisão do Judiciário. À época das denúncias, ele afirmou que era inocente. “Essa história de divisão de salário é tudo mentira e não tem nada a ver. Quando eu precisava, eu pedia dinheiro para ela, e quando ela precisava, pedia dinheiro para mim. Isso tudo é infundado e não devo nada. Capaz que eu pegaria salário de assessor”, disse Colombo em 2018. “O marido dela me ameaçou para que devolvesse o emprego dela”, comentou Eloir, no ano da denúncia. O espaço segue aberto para o contraponto de Eloir Colombo.