Explicações sobre obras da Travessão

Sapiranga – A morte do jovem Lauro Campos de Moraes na madrugada do dia 23/06, após cair de moto em um buraco das obras inacabadas da Avenida Travessão Ferrabraz, em Sapiranga, reacendeu também um outro debate: por quê as obras na via citada foram paralisadas?
Em matéria veiculada no Repercussão de 27/06, a administração da prefeita Corinha Molling ressaltou que a gestão passada não teria empenhado no orçamento de 2013 os valores referentes à contrapartida do município para a realização da obra. De acordo com a gestão atual, mesmo sem os recursos, a Prefeitura (administração passada) fez a licitação e contratou a empresa. Já a administração do ex-prefeito Nelson Spolaor, afirmou que os valores foram empenhados e estavam previstos no orçamento deste ano.  
Para esclarecer o real motivo das obras estarem paralisadas e cumprindo com o seu papel investigativo e imparcial, já demonstrado e comprovado desde as suas primeiras edições, o Jornal Repercussão convidou o atual secretário da Fazenda e funcionário público de carreira, Pedro Waschburger (que também foi o secretário da Fazenda na administração de Nelson Spolaor) para esclarecer os fatos à população. O secretário esteve na sede do Jornal Repercussão na semana passada. Também ouvimos a versão do ex-prefeito, Nelson Spolaor.
A obra começou em maio de 2012 e tem um custo de mais de R$20 milhões, já somado a contrapartida do município.
Waschburger comprovou com o orçamento de 2012 e 2013 que os R$2.298.064,78 de contrapartida do município não foram empenhados pela administração de Spolaor. O valor empenhado para 2013 foi apenas R$1 milhão, que é destinado para desapropriações e não entra nos mais de R$2 milhões que deveriam ter sido empenhados para a continuidade das obras. “A Fazenda está procurando alternativas para buscar essa verba e tocar essa obra novamente”, disse. 
Já o ex-prefeito Nelson Spolaor, sugeriu que a verba deixada para desapropriações fosse realocada para bancar a retomada das obras. “Por quê ficar com o recurso total de contrapartida reservado desde 2012 sendo que vai ser gasto o valor total só em 2014? Isso é uma má gestão, pois você deixa de investir em outras áreas. Quem ganha com isso é o banco, que fica com o dinheiro lá aplicado”, frisou.
Questionado novamente pelo Repercussão para explicar o caso, Waschburger frisou: “O quê adianta realocar o R$1 milhão das desapropriações, se o que precisa no total para as obras são R$2,3 milhões? Logo as obras iriam parar novamente e nem para as desapropriações teríamos a verba disponível”, finalizou. 
Bloqueio na Travessão
Cerca de 50 manifestantes bloquearam parte da Travessão Ferrabraz na última sexta-feira (5). A reivindicação é de que as obras sejam retomadas urgentemente. Os integrantes acabaram o protesto quando receberam a informação de que a prefeita da cidade, Corinha Molling, os receberia na prefeitura na segunda-feira (8). Na reunião, na sede da Prefeitura, Corinha disse aos moradores que não existe documento oficial da Caixa Econômica Federal autorizando a obra. “Sou uma gestora responsável e estou aberta ao diálogo. Prometo que iremos retomar a obra. Estamos trabalhando para resolver a situação”, frisou. 
A empresa Pavicon retirou funcionários e equipamentos em março deste ano, por falta de pagamento desde o início da obra, em maio de 2012.