Eleições 2022: Heinze pretende usar experiência para reorganizar áreas essenciais do Estado

Região – O senador e candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Luis Carlos Heinze (Progressistas) esteve no Grupo Repercussão na segunda-feira (5). Ao lado de dezenas de simpatizantes e apoiadores da sua campanha, o ex-prefeito de São Borja e ex-deputado federal por cinco mandatos abordou diversos temas durante a entrevista que concedeu ao jornalista Deivis Luz, no Programa Repercutindo.

 

Ao ser questionado sobre ações que pretende implementar na área da educação, Heinze avaliou da seguinte forma. “As escolas vão ser recuperadas e valorizaremos os professores. Estamos buscando as universidades comunitárias para que elas nos ajudem a qualificar os professores para recuperar a qualidade da educação. Na disciplina de Português, no terceiro ano do ensino médio, o índice é de 62% negativo. Em Matemática, 92% negativo. Essa é a qualidade do ensino que temos hoje nas escolas do Rio Grande do Sul. Precisamos mudar, recuperando e mudando as escolas, fazendo o jovem ter interesse em estudar, valorizar os professores e interagindo com as nossas universidades para melhorar a qualidade da educação”, pontuou.
O Hospital Regional, no eixo dos vales do Sinos e Paranhana, tema recorrente em períodos eleitorais, foi analisado da seguinte forma. “O que temos que fazer é fortalecer o Hospital Sapiranga, o de Taquara, de Parobé e Igrejinha, que são os hospitais que vocês possuem aqui com especialidades”, concluiu.

Saúde

“Possuímos hoje mais de 200 mil gaúchos e gaúchas na fila de espera por um atendimento de alta complexidade. Uma senhora, de Novo Hamburgo, tinha uma pedra na vesícula, em 2019. Estamos em 2022 e essa pedra na vesícula virou pancreatite. Ontem, para tirar um pedra na vesícula era simples, hoje é pior. Mas, não é só a dor que essa pessoa sofre. É a família sofrendo com ela, e nesse instante, o Estado vai gastar muito mais para tratar uma pancreatite do que a pedra na vesícula há três anos. Nosso trabalho é zerar as filas de espera usando os chamados hospitais regionais. Temos aqui no eixo os hospitais de Parobé, Sapiranga, Novo Hamburgo e São Leopoldo que podem atender e que possuem atendimento de qualidade. Essa regionalização nós vamos implantar no sistema de saúde do Rio Grande do Sul para que pare a ambulancioterapia. O que puder ser resolvido na região, sim. E, aqui, temos na região de Novo Hamburgo um hospital do câncer que eu tentei ajudar. Mas, ali faltou uma interação entre o município, Estado e a União. Eu vou interagir para que o município e Estado façam a sua parte interagindo com a União. Esse serviço vai ser feito no Rio Grande do Sul. As filas de espera, eu Heinze e Tanise, vamos zerar, é compromisso nosso. Pessoas já morreram e perdemos vidas por causa dessa incompetência. Vamos regionalizar através da adoção de um sistema digital. Eu faço aqui em Sapiranga um exame de análise clínica e se eu vou para Porto Alegre eu repito esse exame, que não tem lá. O paciente vai estar lincado com qualquer lugar que tu for. A digitalização permite essa possibilidade. Infelizmente, não temos no Rio Grande do Sul e eu vou fazer esse sistema informatizado, onde o paciente quando sai de qualquer cidade o rede que receber esse paciente vai ter acesso a esse prontuário eletronicamente.

Hospital Regional Federal
“Não vamos enrolar. Não vou prometer o que eu não posso fazer. Já disse para quem me procurou, lideranças do Litoral Norte me procuraram, eu expliquei que não tem condições. Aqui no Vale do Sinos também não tem condições. Eu acompanhei e o Renato Molling, que foi colega meu em Brasília, um Hospital Regional em Santa Maria entre 2001 e 2002. Hoje, em 2022, esse hospital ainda não está pronto: 20 anos depois. Foi começado também um Hospital Regional em Palmeira das Missões, até hoje não está concluído. O que temos que fazer é fortalecer o Hospital Sapiranga, o de Taquara, de Parobé e Igrejinha, que são os hospitais que vocês possuem aqui com especialidades. Tem que ter interesse do hospital, do Estado e do município em resolver os problemas com a União”.

Educação

“Estudei no primário em escola pública e concluí o ginásio em escola pública. Depois fui para o Alegrete fazer o Técnico Agrícola em escola pública. Fui para Santa Maria fazer a faculdade de agrônomia em escola pública. Eu cheguei onde cheguei, estou hoje senador e concorro ao cargo de governador e sou empresário próspero, em São Borja, porque eu estudei. Minha história começa nas escolas públicas e esta educação de qualidade que eu tive um dia eu quero dar aos jovens do estado do Rio Grande do Sul. Jair Soares foi o último governador do partido. Celso Bernardi era secretário de Educação e tínhamos a melhor educação do Brasil. Hoje, o Estado é o 15º na área da educação, quem foi o primeiro hoje é o 15º. Se eu pegar o Censo, em 2019, tínhamos 845 mil jovens na rede estadual, hoje, 730 mil. Não saiu só na pandemia, saiu antes da pandemia. Primeiro vamos fazer com que esses jovens voltem para a escola. Alguns, podem estar na rede municipal, mas a maioria está jogada, quem sabe no tráfico de drogas. Temos que fazer as crianças voltarem para a escola e esse será o meu primeiro desafio. Precisamos trazer elas de volta através do esporte. O ex-jogador Tinga me orienta e tem um projeto com a prefeitura de Santiago. No contraturno escolar esses jovens fazem esporte, música, dança e cultura. É uma forma de atraí-los de novo para a escola. E outra, com uma alimentação de qualidade. Fazer com que esses jovens tenham mais um atrativo. Também vamos trabalhar com os aspectos do digital, para que esses jovens tenham essa mudança no seu currículo e possam ser atraídos. A Escola Polivalente, faz quatro anos que não consegue fazer o cercamento. Vou no Instituto Flores da Cunha, em Porto Alegre, está há sete anos aguardando uma reforma e ainda não concluiu, que é uma escola centenária. No Alegrete, a Escola Salgado Filho, 19 ares-condicionados instalados, faz seis anos e não ligam os aparelhos porque não tem a rede elétrica que comporte a necessidade. Esse é um estado ineficiente, incompetente, que na gestão Heinze e Tanise vai mudar a gestão das escolas. Quando eu fui prefeito de São Borja, eu fiz convênio com o então governador Collares. Ele repassou para a prefeitura para fazermos uma obra em um colégio estadual e fiz um anfiteatro. Em 1994, em valores aproximados, custaria algo em torno de R$ 1 milhão. Custou no final R$ 700 mil e em sete ou oito meses a obra estava pronta com uma empresa local. Se faz uma licitação estadual é muito mais difícil. Estou mostrando caminhos de como agiremos usando as prefeituras e sem uma interação entre a Secretaria de Educação e Obras não funciona. Isso é incompetência do atual e ex-governo, não podemos ver isso acontecendo na educação”.

Segurança pública

“Minha primeira medida será a de colocar policiais na rua para dar mais sensação de segurança. Só dentro dos presídios são cerca de 1.200 policiais. A nossa ideia é fazer com que a polícia penal funcione e possa ter policiais penais para cuidar dos presídios e vou liberar esses policiais para estarem na rua fazendo o policiamento. Vamos implantar um sistema com os brigadianos da reserva. Tem muitos brigadianos fazendo função burocrática dentro do quartel. São mais de 1.000 brigadianos da reserva que posso chamar para desempenharem essas funções burocráticas. E conseguimos, assim, liberar os policiais para estarem na rua. Se eu acertar com os prefeitos o pagamento de horas extras, só com 30% de horas extras que vou pagar aos brigadianos, hoje eu aumento em quase 4 mil o número de brigadianos nas ruas através dos municípios pagando uma parte e o Estado outra parte. Estou dando soluções para os presídios, para colocar mais policiais nas ruas com um custo muito barato, não é um custo muito caro. Quero valorizar o policial civil, valorizar a Polícia Penal, o Instituto Geral de Perícias (IGP) e a Susepe. Quero lincar o cercamento eletrônico das cidades onde já existe, e onde não houver, vamos implantar com as prefeituras e entidades de classe. Com esse cercamento, queremos unificar o cercamento eletrônico em um sistema digital com os dados da Brigada Militar, da Polícia Civil, da Polícia Penal, Bombeiros, Guardas Municipais, polícias Rodoviária Estadual e Federal, segurança privada das empresas, das residências e tudo em um software de acompanhamento. Quando os veículos passam nos quarteis da Polícia Rodoviária Estadual, este posto capta se você passar com o seu carro e estiver com o imposto vencido. Se o carro é roubado, não capta. Esse sistema inteligente, tudo que acontecer em qualquer canto precisamos ter monitorado. O que passar nas estradas é necessário filtrar. O atual sistema pega se você não pagou o imposto, mas se você é um traficante ou ladrão de carros, por exemplo, não capta. Vamos conectar as estradas estaduais e federais que tenham câmeras de videomonitoramento com um sistema centralizado. Já existe em Curitiba e vamos aplicar no Estado. Com essa inteligência, com o cercamento eletrônico das cidades e estradas, das empresas e das guardas municipais, vamos ter um sistema de informações que o Estado não tem e isso nós vamos implantar para que tenhamos mais segurança e policiais nas ruas”.