Campo Bom – Duas das quatro testemunhas convocadas para prestarem esclarecimentos sobre o episódio da Farra das Diárias da Câmara de Vereadores do município (fato que ocorreu em 2007) foram ouvidas na terça-feira (29), na 2ª Vara de Justiça do Foro de Campo Bom.
O promotor criminal responsável pela denúncia da Farra das Diárias, Flávio Duarte, se mostrou contrariado com a demora no esclarecimento do caso. Em um dos questionamentos à testemunha convocada para contribuir com as investigações, Duarte perguntou ao ex-cargo de confiança (CC) se ele havia questionado o porque da necessidade da divisão do dinheiro da diária. “Era o meu primeiro emprego e não tinha motivos para questionar o pedido”, disse o jovem, testemunha do processo.
Conforme o juiz da 2ª Vara Criminal, Carlos Fernando Noschang Júnior, outras duas testemunhas não compareceram na ocasião. Uma delas não foi localizada no endereço e a outra justificou a ausência com um atestado médico.
Entenda o caso da Farra das Diárias
O juiz, Carlos Fernando Noschang Júnior, disse que as outras testemunhas do caso poderão ser ouvidas em outros municípios. “Algumas pessoas não moram em Campo Bom. Por isso, marcaremos mais datas para continuar a coleta de informações”, disse o juiz.
2- Uma das testemunhas que compareceu na audiência de terça-feira, ainda possui relações de trabalho com um dos vereadores de Campo Bom investigados no processo. Tanto o promotor quanto o juiz fizeram alguns questionamentos para ele, mas a testemunha, preferiu não se pronunciar. Noschang Júnior disse que o fato é algo normal de quem está com receio de se comprometer.
3- Como a primeira testemunha praticamente confirmou as denúncias, o juiz afirmou que a investigação está no caminho certo e que, de fato, ocorreu a emissão de certificados de conclusão de curso, antes mesmo, do seu término.
4- Em um rico depoimento ao juiz e ao promotor, a testemunha relatou que em uma viagem para Itajaí, Santa Catarina, um dos vereadores decidiu voltar no segundo dia do curso (um dia antes do seu término).
5-Questionado pela reportagem se as empresas e agências de viagens envolvidas no esquema fraudulento serão convocadas, o juiz assegurou que elas com certeza também serão ouvidas.
6 – Vereadores, ex-vereadores, servidores e ex-funcionários da Câmara de Campo Bom estão sendo investigados pelos crimes de peculato, concussão, uso de documento falso, falsidade ideológica, formação de quadrilha e corrupção ativa e passiva. A investigação do Ministério Público foi instaurada com a intenção de apurar o desvio de verbas públicas na Câmara de Vereadores, em 2007.
7 -Os participantes dos cursos (funcionários e vereadores) deveriam participar até o fim, mas deixavam os treinamentos antes, recebendo diárias de forma indevida.
8 – Em um dos casos, o assessor recebeu antecipadamente o valor das diárias e o repassou para o Presidente da Câmara, que sequer viajou para Foz do Iguaçu. Já o vereador que recebeu cinco diárias, viajou acompanhado pela mulher.
