A comunidade campo-bonense deu um exemplo de democracia ao ser protagonista de um fato que ficará marcado na história da cidade. Num esforço conjunto entre os poderes Legislativo, Executivo, sociedade civil e imprensa, aliados à vontade dos cidadãos, uma grande mobilização, em curto espaço de tempo, impediu a implantação de um presídio na cidade. Tudo de forma pacífica, ordeira, diferente de outras ações onde a violência impera e, na maioria das vezes, não alcança os resultados tão esperados.
Sabemos que Campo Bom é o segundo menor município do Estado em extensão territorial, sendo 90% de área urbana e industrial. Diante disso, não seria viável implantar uma casa prisional que causaria danos econômicos, sociais e ambientais. Somado a esses fatores, a cidade tem poucas viaturas e efetivo policial que garantiriam a segurança de quem vive aqui,
já que a proposta era de um regime semiaberto.
Para completar, a gestão campo-bonense não foi procurada antecipadamente pelo Estado para tratativas de implantação da referida casa. A cidade foi pega de surpresa. Ou seja: tudo ocorreu de forma sigilosa, caracterizando um ato de imposição e de falta de transparência do governo estadual. Sem contar ainda com o desrespeito aos cidadãos.
Quero agradecer à comunidade pelo exemplo de democracia. Sei que nós, campo-bonenses, não somos mais que ninguém, mas pedimos que os governantes estudem melhor esse tipo de instalação presidiária para que os valores de cidades gaúchas não sejam destruídos, principalmente por desejo daquele que está com a caneta na mão.
Max de Souza é vereador e presidente da Câmara de Vereadores de Campo Bom.
