Coluna Poder

Por Deivis Luz

A controversa redução
Dois vereadores (um de primeiro mandato e outro mais experiente) assopraram, há cerca de um mês, que a redução de 15 para 11 vereadores em Sapiranga não teria aprovação no plenário. O motivo é simples: falta de entendimento entre os atores principais. O fato é que a proposta de redução do número de vereadores foi protocolada em março. Isso, depois da modificação que reduziu a quantidade de CPIs que os vereadores poderiam analisar: de três para uma CPI no período de até 90 dias. A proposta da redução esfriou, e meses depois, a Mesa Diretora – que é a quem compete a apresentação da matéria da redução – chamou a responsabilidade para si e colocou o texto para análise coletiva. Talvez o resultado fosse outro se os interesses individuais não existissem e o diálogo sobre o tema da redução fosse debatido internamente por um período maior. Vereadora Olivia Steigleder (PP) definiu. “O projeto foi apresentado de forma precipitada”.

Opiniões se esfarelaram em pouco tempo
Antes, vereadores tanto de oposição quanto de situação (leia-se PP e PT) diziam que eram favoráveis a redução. Mas, na hora do pega para capar, voltaram atrás, argumentaram que ocorreria uma diminuição de representatividade do povo na Câmara, e votaram contra a proposta de redução. A batalha (daqueles que acreditam que o melhor é reduzir) pode ter sido perdida. Mas, a luta continua, e agora, alguns vereadores defendem a realização de audiências públicas para ouvir a sociedade sapiranguense. Devido ao pior momento político que o país enfrenta na história, é lógico que a sociedade opinará pela diminuição de vagas. Se deixarem, vão dizer até que não precisa de nenhum vereador, o que não é verdade. E é por essa razão que existe eleições de quatro em quatro anos. Para os eleitos definirem o que é, de momento, melhor para a sociedade. Apoio a democracia participativa. Mas, há momentos em que o pulso das lideranças exige firmeza para a tomada de decisões que vão ao encontro da redução de gastos.

Sinal de progresso
A verdade é que a Câmara de Vereadores de Sapiranga viveu a sua mais significativa votação em anos. Dois temas extremamente polêmicos foram analisados em questão de 30 minutos – o fim da concessão de diárias e a rejeição da redução do número de vereadores. Saúdo a votação unânime do fim das diárias em Sapiranga. Essa regalia nunca deveria ter sido aprovada e nos últimos anos os gastos com concessão de diárias ultrapassavam os R$ 110 mil reais anuais. Deixo os parabéns aos vereadores que acabaram com essa falácia das diárias. Torço para que outros municípios sigam a decisão dos vereadores de Sapiranga. Mas, não precisaria uma lei ou projeto de resolução para impor uma regra. O bom senso, a educação e a responsabilidade bastariam. Porém, o mundo não é um conto de fadas.

Registros

– Vereador de Nova Hartz, Nelson Bauer (PDT), anunciou esta semana que está cumprindo o seu último mandato como vereador. Depois disso, não quer mais saber de concorrer.

– Integrantes do PSDB de Araricá – que antes eram oposição e concorreram com o PMDB – agora se esbaldam nos cargos do governo Flávio Foss (PP).