A ordem é economizar e investir bem os recursos

Sapiranga – Homem de origem humilde, nascido em Barracão, no Paraná, e desde 1989 morador de Sapiranga,   Gilberto Goetert (PP), ou simplesmente Betinho, tem neste ano a missão de presidir a Câmara de Vereadores de Sapiranga. 
Como meta para 2013, Goetert busca fazer mais com menos. Desde janeiro, os vereadores da Casa possuem apenas um assessor (antes eram dois). Uma série de contratos da Câmara foram revisados e alguns, suspensos. 
Gilberto já havia sido eleito para o cargo de vereador em 1996, quando concorreu pelo PDT e fez 781 votos, sendo a sensação do partido naquelas eleições. Em 2000 não conseguiu se reeleger, mas em 2004 voltou à Casa, com 1.199 votos. Anos mais tarde, em 2008, Betinho fez 1.221 votos e garantiu mais uma vez sua cadeira na Câmara. Nas últimas eleições, em outubro de 2012, o vereador foi eleito para o seu quarto mandato, com 1.122 votos. Confira a seguir uma entrevista feita pelo Jornal Repercussão à Goetert.      
Jornal Repercussão – Como surgiu o interesse pela política?
Gilberto – Nunca havia pensado em ser político. Até que me filiei ao PT, pois participava de um movimento para conseguir verbas para famílias da vila que eu morava. Mas depois eu soube que esses recursos nunca chegavam para quem precisava. Fiquei chateado e me desfiliei do partido. Decidi não me envolver mais com política. No entanto, um amigo me procurou e disse que eu devia concorrer. Então, me filiei ao PDT. Ninguém do partido me deu muita bola e nas eleições de 1996 fui a sensação do PDT, sendo o mais votado. Passadas as eleições, descobri que o partido estava enrolado com dívidas eleitorais. Não concordei com a forma que eles estavam administrando essa questão e me desfiliei. Logo após, me filiei ao PPB (hoje PP), onde estou até hoje.   
Jornal Repercussão – Na teoria, a base do governo teria minoria na Câmara. No entanto, PTB e PSB somaram-se à vocês no pós-eleições e passaram a ter a maioria. Como foi este processo e qual a importância de ter a maioria na Câmara? 
Gilberto – Foi todo um diálogo para se formar a parceria com estes partidos que, por sinal, já estavam insatisfeitos com o PT há tempos. O vereador Camilo (PSB) nunca quis ficar com o PT, mas como não era o presidente do partido, teve que aceitar a negociação do PSB.  Já o acerto com o PTB foi de que o vereador Balardin sempre esteve mais conosco, pois conhece mais a realidade da cidade. O Vilmar Machado, também do PTB, foi meu assessor, sempre tivemos uma boa relação.
Ter a maioria na Câmara significa ter voz na Casa. No mandato anterior, éramos minoria na Câmara e portanto, sem espaço para expormos ideias e projetos.   
Jornal Repercussão – Qual o motivo de ter sido excluído um assessor de cada vereador? 
Gilberto – Até junho, mais ou menos, não temos como criar cargos na Câmara porque não tem  verba, não tem dinheiro. Falei com a prefeita e ela pediu pra segurar o que der. Ela (Corinha) paga uma conta da Prefeitura em um dia e no outro já está na lista de municípios devedores, pois já venceu outra conta firmada pela administração anterior. O orçamento está uma miséria para esse ano. Quando a arrecadação e contas do município estiverem em dia, falaremos novamente no aumento do número de assessores (voltar para dois).
Jornal Repercussão – Nos últimos meses a população tem comparecido em maior número nas sessões. Fale a importância da participação da comunidade. 
Gilberto – É muito bom que a população participe das sessões, para acompanhar o trabalho dos vereadores. Vejo que a comunidade tem vindo para as sessões pois quer saber como está o andamento da cidade e deseja a verdadeira mudança, visto que os últimos anos foi uma vergonha em todas as áreas.  
Jornal Repercussão – Qual a importância de um vereador? 
Gilberto – Político, eu sempre digo, admiro aquele que tem calo nas mãos e não calo na língua. Não adianta falar muito e não fazer nada, agir pouco. Não resolve nada só usar a tribuna para discutir e bater boca, o negócio é agir. Como vereador, procuro nem fazer tantos pedidos de informação e de indicação. Prefiro ligar direto para o secretário da pasta e passar o problema, para que resolva imediamente.