“Vamos analisar caso a caso”, diz delegado sobre receptadores de celulares furtados em Nova Hartz

Nova Hartz – Mais de 100 policiais civis envolvidos, 17 mandados de busca, apreensão e prisão cumpridos em oito cidades e duas pessoas presas. Estes são alguns dos números da grande operação deflagrada pela Polícia Civil de Nova Hartz no amanhecer da segunda-feira (24).

Durante quatro meses, a Polícia Civil, coordenada pelo delegado Rogério Baggio, investigou um furto qualificado praticado por dois criminosos no mês de julho em uma loja do Centro de Nova Hartz. A dupla causou um prejuízo superior a R$ 40 mil com o furto de celulares e televisões. Neste período de investigação, os policiais conseguiram identificar um dos bandidos, o veículo utilizado por eles, um Peugeot branco, e também identificaram mais de uma dezena de pessoas pelo crime de receptação, ou seja, quem comprou os aparelhos levados da loja.

Câmeras de segurança flagraram a ação criminosa no estabelecimento comercial, assim como ajudaram a monitorar o dia anterior ao crime, quando os bandidos circularam pela cidade e acompanharam a rotina da loja, também com o mesmo Peugeot branco. Para evitar um possível confronto com a polícia, no dia do crime, a dupla utilizou uma placa para entrar na cidade e, antes da fuga, colocou outra placa no Peugeot. “Esta operação foi a primeira etapa, ainda teremos mais desdobramentos. Além de conseguir este monitoramento do crime, também chegamos aos nomes de várias pessoas que estão com os celulares furtados”, conta o delegado Rogério Baggio.

OPERAÇÃO INTERMUNICIPAL

Os celulares furtados em Nova Hartz foram todos identificados com pessoas de outros municípios. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Taquara, Porto Alegre, São Leopoldo, Canoas, Sapucaia do Sul e Bagé.

Antes de sair para os endereços, o delegado Rogério se reuniu com os agentes no Espaço Cultural Pastor Wartenberg. Ele detalhou toda a investigação e estratégias foram traçadas para que os mandados fossem cumpridos com o melhor desfecho.

Em um dos endereços de Canoas, o alvo era um dos criminosos que invadiu a loja. Ele não estava em casa e sua mãe foi detida em poder de objetos furtados da loja. Na ação, também foram apreendidas munições e outros objetos sem origem confirmada.

UM DOS CELULARES FOI IDENTIFICADO NA CADEIA

O acusado de ter invadido a loja que não foi encontrado em casa já é considerado foragido da justiça. O comparsa ainda não foi identificado pelos agentes, que seguem na busca de mais informações que ajudem a descobrir seu nome e paradeiro. “Vamos seguir atuando para capturar os dois”, garante o delegado.

Ao longo da investigação, algumas situações despertaram a atenção da polícia. O sinal de um dos celulares furtados foi identificado dentro da Penitenciária Estadual de Sapucaia do Sul. Na manhã de segunda-feira, agentes foram até a cela do acusado. Uma revista minuciosa foi feita no local, mas o aparelho não foi encontrado.

Conforme levantado pelos policiais, a maioria das pessoas que está em poder dos aparelhos furtados possui antecedentes criminais. Com todas essas informações, o delegado fez o pedido dos mandados de busca e apreensão ao Judiciário, que imediatamente autorizou a entrada dos policiais nas residências e demais endereços ligados aos investigados pelo crime, assim como para os receptadores.

“Analisar caso a caso”, diz delegado sobre receptadores

O delegado Rogério explica que haverá uma análise para cada situação, ou seja, para cada celular apreendido e, dependendo do histórico da compra, decidirá se vai haver o indiciamento por receptação. “Essa foi uma grande operação e foi feita na tentativa de recuperar esses aparelhos. Estamos atrás dos autores do fato que a gente ainda não conseguiu prender, mas também de quem adquiriu os aparelhos”, disse ele, acrescentando que a “operação foi de fundamental importância, porque reprime bastante esse tipo de conduta das pessoas que querem adquirir produtos mais baratos, mesmo sem saber a origem. Com relação a essas pessoas que receptaram, nós vamos analisar caso a caso se elas tinham ou não ciência da origem ilícita (origem de crime) para saber se elas vão responder criminalmente”, destacou o delegado.

Os presos e materiais apreendidos foram apresentados na DP de Novo Hamburgo.