Um mês depois, investigações sobre mortes no Lauro Reus prosseguem

Investigações sobre mortes prosseguem. Foto: Cássios Schaab

Na última segunda-feira (19), completou um mês da tragédia ocorrida no Hospital Lauro Reus onde, uma pane no sistema de oxigênio teria ocasionado a morte de seis pacientes na manhã de 19 de março. Outra morte, ocorrida na tarde do mesmo dia, também é investigada. E as apurações do caso mobilizam diferentes órgãos, com investigações ocorrendo em paralelo. Polícia Civil, Secretária Municipal de Saúde e Ministério Público iniciaram os trabalhos de apuração ainda no dia do fato. A Secretaria Estadual de Saúde e a Câmara de Vereadores também abriram procedimentos de investigação para descobrir o que ocasionou as falhas na distribuição do oxigênio. O Instituto Geral de Perícias realizou uma perícia, com profissionais de diferentes áreas, para identificar possíveis falhas no sistema de abastecimento de oxigênio líquido do hospital. E, na última semana, o Ministério Público Federal foi mais uma instituição a instalar um procedimento de investigação.

A direção do Hospital Lauro Reus também abriu sindicância interna para apurar os fatos, porém, nenhuma conclusão foi divulgada até o momento. Conforme a assessoria da casa de saúde, a instituição tem respondido a todas as solicitações levantadas pelo Ministério Público, Polícia Civil e Câmara de Vereadores, e continuará colaborando com as autoridades para que se esclareçam o mais rápido possível todos os fatos em investigação.

Quem também acompanha as movimentações de investigação é a Prefeitura de Campo Bom. Um servidor da Administração participa diretamente da sindicância realizada pelo hospital e, conforme a assessoria de imprensa, a Prefeitura tem acompanhando e auxiliado todas as frentes de investigação e, assim que finalizadas as investigações, tomará as devidas providências, caso seja necessário.

Investigação do MPF vai além da falha de oxigênio

Último órgão de controle a instaurar um procedimento investigatório, o Ministério Público Federal não concentrará suas averiguações apenas no fato ocorrido em 19 de março que provocou a morte dos pacientes. Conforme o MPF, as apurações serão realizadas sobre a situação geral do hospital. Segundo a assessoria do órgão, “o caso das mortes originou essa preocupação do MPF em verificar a situação dos procedimentos do hospital como um todo. A intenção é verificar se estão sendo prestados serviços minimamente suficientes para os seus usuários”. Os trabalhos de investigação da situação do Hospital Lauro Reus serão conduzidas pelo procurador Bruno Alexandre Gutschöw.

Já a Secretaria Estadual de Saúde fez uma vistoria na casa de saúde logo após o ocorrido. A análise da visita já foi concluída, mas respostas de ofícios da direção do hospital e da empresa fornecedora de oxigênio são aguardados para conclusão final.

CPI segue ouvindo funcionários

Na CPI da Câmara de Vereadores, cinco pessoas já foram interrogadas pelos parlamentares. Prestaram esclarecimentos a diretora administrativa/financeira Melissa Fuhrmeister; os médicos Thiago Serafim, ex-diretor técnico da instituição, e Carlos Felchilcher, médico plantonista na UTI; Júnior Golfetto, funcionário do setor de compras da casa de saúde; e ainda Diordinis Piaguaçu Maciel Mello, servidor do setor de manutenção do hospital. Nesta quinta-feira (22) está prevista mais uma seção de interrogatórios. Conforme o presidente da CPI, Jerri Moraes (MDB), assim que os depoimentos forem encerrados e os trabalhos estiverem concluídos, o relatório final será encaminhado para apreciação do plenário. “A principal função desta comissão é esclarecer os fatos, trazer uma resposta para a sociedade”, explica Jerri. Os trabalhos têm prazo de 90 dias para conclusão.

Conselho de Saúde

Uma comissão do Conselho Municipal de Saúde (CMS) acompanha as investigações. “Estes membros vão analisar as notícias sobre as investigações em andamento para também, se necessário, solicitar esclarecimentos”, informa o presidente Paulo Alberto Francisco. Segundo ele, o colegiado é soberano para indicar rompimento de contrato entre o Município e Associação Beneficiente São Miguel, mantenedora da casa de saúde. “Essa opção já foi discutida pelos membros e não está descartada”.