Três diretores da Cooperativa Habitacional Inovasul são presos e delegado estima prejuízo de R$ 2 milhões

Sapiranga – Outra cooperativa habitacional do município, novamente, volta a ser manchete negativa para o Brasil. Desta vez, com base em um minucioso inquérito liderado pelo delegado, Fernando Pires Branco, os agentes cumpriram três mandados de prisão contra os principais membros da organização: presidente, o tesoureiro e o secretário geral da Inovasul. Na manhã desta sexta-feira (29), o titular da DP de Sapiranga deu detalhes dos fatores que pesaram para o pedido de prisão dos membros da cooperativa. A estimativa é que a promessa de entregar terrenos para os associados gerou um prejuízo acima dos R$ 2 milhões.

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O delegado, Fernando Branco, explicou que o inquérito policial iniciou depois que vítimas registraram diversas ocorrências na delegacia de Sapiranga: “De posse das primeiras informações, passamos a investigar os casos. Foi uma situação bastante grandiosa na época, pois foi noticiado com amplitude pelo Jornal Repercussão e com várias matérias. Toda essa situação foi alvo de uma Ação Civil Pública por parte da Defensoria Pública de Sapiranga. E, assim, esse caso teve o seu reflexo na área policial, e ontem (quinta), concluímos a prisão dos três principais responsáveis pela cooperativa Inovasul”, contextualizou Fernando Branco, que em 2018, liderou outro inquérito com outra cooperativa (a Coosapa), que resultou na prisão de Aelton Kauffmann, presidente da Coosapa.

 

Funcionamento da organização

Os três integrantes da Cooperativa Inovasul foram indiciados por 17 estelionatos e por parcelamento irregular de solo: “Constatamos que os diretores fizeram vítimas em Araricá, Sapiranga, Campo Bom, Estância Velha, Gramado e Igrejinha. Recebemos pessoas desses municípios na DP de Sapiranga e que registraram as ocorrências que geraram este inquérito. Inclusive, constatamos que existem outros inquéritos em municípios como Bento Gonçalves e Farroupilha, mas constatamos que a Inovasul estava iniciando atividades de venda de terrenos em loteamentos em Capão da Canoa, no Litoral Norte. É uma situação bastante ampla e não existe só este inquérito”, explicou o delegado.

 

Fernando Branco citou que todos os aspectos de ressarcimentos e futuras indenizações, indispensavelmente, precisam ser levados ao Poder Judiciário, e que isso não compete à Polícia Civil. “Cabe às vítimas procurarem os seus direitos, através de advogados, para tentar o ressarcimento. Os valores envolvidos, certamente, ultrapassam os R$ 2 milhões. Em Sapiranga, eles possuíam um loteamento. Mas, nas cidades vizinhas, haviam outros”, declarou o delegado.

 

Defesa se manifesta

O advogado, Lucas Medeiros Schilling, do escritório Schilling & Schein Advogados Associados, de Sapiranga, responde pela defesa dos membros da Inovasul. Em nota, o advogado disse entender que a prisão preventiva não é necessária neste momento do processo e está buscando as medidas judiciais para a concessão de liberdade provisória aos acusados.