Três crianças desaparecidas estavam acampando em mato de Nova Hartz

Por Melissa Costa

Nova Hartz – Uma ocorrência de desaparecimento de criança terminou de uma forma inusitada em Nova Hartz. Três meninos, com idades de 8, 10 e 13 anos, desapareceram de casa no início do mês. No entanto, os garotos não foram vítimas de crime. Sem ter noção da preocupação que causariam, decidiram acampar no matagal de uma zona rural do bairro Progresso, ficando mais de 24 horas desaparecidos.

 

Dois deles são irmãos, de 8 e 10 anos, e o outro é um vizinho. Eles saíram de casa pela manhã no último dia 3 e, horas depois, o pai dos irmãos tentou localizá-los e, sem êxito, registrou ocorrência de desaparecimento na Delegacia de Polícia de Nova Hartz.

 

De imediato, a delegada Raquel Peixoto, que estava respondendo pela DP, direcionou o caso como prioridade aos agentes. Assim que começaram a colher depoimentos, os policiais descobriram que eram três crianças e não somente os irmãos desaparecidos. “Sobre este terceiro garoto, a família ainda não tinha procurado a delegacia. Ficamos sabendo ao colher depoimentos nas imediações de onde os irmãos haviam sido vistos pela última vez”, contou o investigador Staggemeier.

Ao ponto que os agentes iam conversando com moradores, conseguiam a direção dos últimos passos dos garotos. “Decidimos fazer o passo a passo dessas horas e acabamos chegando em uma propriedade rural”. Além das informações de que três meninos passaram pela região, cerca de 5 quilômetros longe de casa, os policiais souberam que eles estavam com seus cachorros.

Crianças dormiram abraçadas nos cachorros e comeram frutas

A ocorrência foi registrada pelo pai por volta das 14h30 e, no fim da tarde do dia seguinte, os três foram localizados. Logo que os agentes iniciaram as buscas pelo matagal, avistaram os três garotos caminhando em direção à saída do local. “Eles caminhavam tranquilamente, mas estavam sujos. Logo nos aproximamos e questionamos o que eles faziam ali. De uma forma inocente, nos contaram que acampavam no mato”, contou Staggemeier. Os meninos relataram que decidiram acampar e, como estava frio à noite, dormiram abraçados nos cachorros. Para se alimentar, comeram frutas que encontraram. “Acreditamos que após passar mais de 24 horas longe de casa, eles estavam retornando porque sentiram fome”.

Policial chama atenção aos perigos

O desfecho do desaparecimento dos três garotos poderia ter sido algo mais grave. “Felizmente, tudo não passou de uma arte de criança. Eles tiveram a ideia de acampar e, sem pensar nas consequências, saíram”, disse o policial. Em um primeiro momento, quando há desaparecimento de menor, os agentes logo ponderam um crime, principalmente sequestro. “A cidade é pequena e logo os desaparecimentos chegaram ao conhecimento público. Recebemos, inclusive, informações de que eles foram vistos entrando em um veículo, entre outras coisas que não condiziam com a realidade”, disse o policial, que ao perceber alguns indícios, acreditou que os meninos pudessem estar escondidos por molecagem. “No entanto, isso poderia ter se tornado algo grave. Os garotos passaram uma noite toda em um matagal e mais de 24 horas ‘desaparecidos’; isso deve servir de alerta”. Ele pede ainda que os pais fiquem atentos e, sempre que notarem algo fora do comum, comuniquem a polícia.

Atendimento médico e refeição

Os policiais levaram os meninos para consultar no posto de saúde e ainda ofereceram uma refeição, na própria delegacia. “Pelos exames médicos, eles estavam bem. Não sofreram nenhum tipo de abuso”. As famílias e o Conselho Tutelar foram acionados e, após esclarecimentos, os três voltaram aos lares.