Processo da D9 segue normalmente após assassinato de líder local do esquema

Região – Em 14 de setembro, a Polícia Civil catarinense confirmou que o corpo carbonizado, encontrado dentro do Audi A4, em Santa Catarina era do estelionatário Márcio Rodrigo dos Santos, acusado de aplicar golpes milionários em centenas de pessoas, através da D9 Trader (esquema de pirâmide financeira) no Rio Grande do Sul. Márcio, segundo a promotoria, era uma liderança local, da região metropolitana de Porto Alegre.

O promotor de Justiça, Sérgio Cunha de Aguiar Filho, confirmou ao Repercussão que o fato de Santos ter sido assassinado não muda em nada o processo. “Os bens dele continuam apreendidos. Não muda absolutamente nada. Claro que é ruim porque, eventualmente, quando fosse ser ouvido, poderia trazer informações maiores, mais pessoas, enfim. Mas o processo segue normalmente”, declara o promotor.

Extradição de Danilo Santana

Em junho deste ano o andamento do processo dependia da extradição de Danilo Santana, líder e criador da D9, dos Emirados Árabes. Os documentos exigidos pelo governo do país, que estavam em fase de tradução juramentada, já foram remitidos ao país árabe. O andamento agora depende do governo local. “Não temos como saber quanto tempo ainda pode demorar, mas fizemos o que foi exigido” pontua o promotor.

Relembre o caso do esquema D9

Em agosto do ano passado foi deflagrada a operação que investigou o grupo criminoso D9 Trader e apreendeu valores, carros de luxo e documentos. Desde então, centenas de pessoas se manifestaram à Polícia Civil e ao Ministério Público alegando prejuízos com o esquema. A investigação, conduzida em conjunto por MP e Polícia Civil, resultou em um primeiro processo com 23 réus, acusados, principalmente, de formação de organização criminosa e crime contra a economia popular, totalizando 29 crimes. O andamento do processo depende da extradição do líder, Danilo Santana.

No golpe, que prometia ganhos imediatos entre 30 e 150% do investimento, através de apostas em eventos esportivos, os apostadores tinham os valores revertidos em bitcoins (moeda virtual), e depois disso não conseguiam mais sacar os valores.

Após a extradição do réu, o processo seguirá o curso normal e uma vez havendo a condenação dos acusados, se forma um título executivo. A partir disso, cada pessoa lesada poderá apresentar as provas do seu prejuízo, sendo ressarcida.

Texto: Sabrina Strack