Polícia constatou que autor do duplo homicídio andou por locais aleatórios no dia do crime em Nova Hartz

Nova Hartz – A comoção tomou conta do velório dos jovens Felipe Rolim Stein e Juliezer dos Santos Pereira, mortos friamente por Tulio Rosa dos Santos, 30 anos.

Familiares e pessoas próximas de Tulio, disseram à polícia que o homicida possuía poucos amigos e sempre se demonstrou muito reservado. Durante os últimos dias, agentes da Delegacia de Nova Hartz constataram e puderam comprovar que realmente o assassino sempre foi uma pessoa problemática. O fato pode encontrar sustentação através das ocorrências de posse irregular de arma e ameaça.

Nos últimos dias, os policiais civis refizeram os passos de Tulio Rosa dos Santos conversando com comerciantes que tiveram algum tipo de contato com Tulio. E, através desse passo a passo, os policiais tiveram a comprovação que o assassino estava procurando problema naquela noite.

No interior da residência de Tulio, os policiais recolheram objetos pessoais, mas estranharam mesmo a presença de um odor de gasolina no chão da casa onde morava. A polícia não conseguiu apurar a razão para o odor estar presente na residência.

Para o delegado responsável pelo caso, Fernando Pires Branco, a investigação está quase concluída e deve ser remetida a Justiça na próxima semana, onde fará o indiciamento de Tulio Rosa dos Santos, por homicídio doloso, quando há intenção de matar.

Juliezer Santos e Felipe Stein

Assassino perambulou por locais aleatórios no dia do crime, arranjando problema

Tulio Rosa

O assassino, natural da Região das Missões, estava morando em Nova Hartz, na Rua André Huff, bairro Progresso, há cerca de três meses. Ele veio para o município a partir de um convite de um conhecido seu e alugou uma casa de fundos. A Polícia Civil apurou que o homicida trabalhou em uma fábrica de sola para calçados, mas que foi demitido durante o contrato de experiência, pois não teria rendido como os patrões esperavam. Anteriormente, ele também foi demitido de uma empresa de vigilânca de Caxias do Sul, município onde morou e trabalhou antes de fixar residência em Nova Hartz.

 

Amigos e colegas de Juliezer e Felipe lamentam perdas

Romano Maccarini (ao centro)

Colegas e amigos das vítimas compareceram ao funeral dos jovens para prestar a última homenagem. Entre os estudante de odontologia (o mesmo curso de Felipe) estava o caxiense, Romano Maccarini Fidumendi, de 21 anos. “Saí pela manhã para andar de moto, cheguei em casa meio-dia e meio, e minha namorada me contou. Achei que era brincadeira, fiquei sem acreditar. Fiquei muito triste, pois o Felipe era um cara muito legal, sempre feliz e alegre”, relembra o colega de faculdade.

 

Outra colega de Felipe, Daniele Galelli, 21 anos, relatou o impacto da morte. “Foi algo muito chocante para todos, acordar em um domingo, que é um dia tradicional da família, e descobrir que os meninos tinham partido. Foi muito triste e estamos tentando lidar aos poucos. O sonho dele era odontologia e girava no entorno disso. Era uma coisa que gostava muito. Ele amava a família dele e quando ficava um final de semana sem vir para a cidade dele, era algo horrível para ele, a família era o seu alicerce, tantos os amigos como nós colegas, o curso, ele valorizava à todos”, comenta.

Diego César, 23 anos, morador de Nova Hartz, conhecia ambos. “Acordei no domingo e recebi a notícia pela minha namorada. Conhecia os dois desde pequeno, principalmente o Juliezer e os dois não faziam mal para ninguém”, cita.

Outra moradora de Nova Hartz, Amanda Müller, 18 anos, segurava as lágrimas para falar dos amigos mortos. “Eu ouvi os disparos, e na hora, pensei que não seria nada demais. Conhecia o Juliezer há bastante tempo, brincava com o Felipe na infância, pois éramos vizinhos. O Juliézer malhava na academia que eu trabalho, éramos amigos e saíamos às vezes e conversávamos regularmente. É uma situação que precisamos superar”, projeta.

 

Mantida linha do inquérito

O delegado responsável pelo caso, Fernando Pires Branco, explica, mesmo após alguns dias e novos desdobramentos, a sua linha de investigação e que será utilizada no fechamento do inquérito não sofrerá mudanças.

“Não mudou nada nos últimos dias e continua tudo igual. O Tulio não alterou nada ou disse algo diferente. Continuo com a mesma tese do dia dos fatos. Todas as falas do Tulio são argumentos distorcidos e com traços de psicopatia”, narrou o delegado. Questionado sobre como o assassino teria escolhidos as vítimas, o delegado esclareceu. “Não teve um detalhamento de como escolheu as vítimas, porque ele não é capaz de detalhar o porque de escolher aqueles guris. O Tulio não possuía nenhuma desavença com as vítimas. Vamos encerrar o inquérito o mais rápido possível, indiciando Túlio por homicídio doloso”, explica o delegado Fernando Pires Branco.

 

Texto e fotos: Deivis Luz