Sapiranga – Um inquérito tem sido prioridade do setor de investigação da Polícia Civil de Sapiranga. Os agentes estão realizando diligências e oitivas para esclarecer a morte de Leandro Voz, de 44 anos. Morador do bairro Voo Livre, ele foi socorrido pela equipe do Samu na madrugada de 23 de novembro. Leandro estava inconsciente e com lesões graves na cabeça. Após o primeiro atendimento no Hospital Sapiranga, ele foi transferido ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), de Canoas. No dia seguinte, foi confirmada a morte cerebral. As lesões na cabeça levantaram suspeitas de que poderiam não ter sido provocadas por uma queda da própria altura. Leandro estava caído na frente da sua casa por volta das 2h40. Horas antes, ele havia recebido um valor em dinheiro, cogita-se que o valor era em torno de R$ 9 mil, decorrente de uma causa trabalhista.
Inicialmente, a suspeita era de que ele foi vítima de latrocínio, roubo seguido de morte. Inclusive, a ocorrência foi registrada em Canoas por essa tipificação de crime. No entanto, o inquérito aberto pelos agentes sapiranguenses já aponta que não se trata de latrocínio. Uma câmera de segurança de uma residência nas proximidades do local onde Leandro estava caída captaram que ele estava chegando sozinho, a pé, em casa. Ao tentar subir o degrau para a residência, sofreu uma queda. Ficou alguns minutos caído e, ao tentar levantar novamente, sofreu outra queda, lhe provocando mais lesões.
Equipe da RGE viu corpo caído e chamou por socorro
Uma equipe da RGE passava pelo local quando avistou Leandro, caído, inconsciente. Toda movimentação foi gravada pela câmera de segurança.
As imagens são essenciais e ajudaram a descartar que Leandro havia sido agredido e assaltado antes de ter caído no asfalto e sofrido as lesões graves na cabeça. Os policiais também já conversaram com familiares e vizinhos e Leandro estaria embriagado no momento da queda. “Descobrimos que naquela noite ele havia comprado duas garrafas de bebidas alcoólicas. Uma final da tarde e outra mais à noite. Nas imagens, é possível ver ele com dificuldade de caminhar e para conseguir subir o degrau da casa, que era alto”, conta um dos agentes. Os policiais conseguiram confirmar que ele realmente recebeu o valor, que era a última parcela da causa trabalhista. A maior quantia ele já havia deixado com a mãe e também pagou outras contas. “Estamos analisando tudo para ver se fecha o valor”.
Mudar estatística do Estado
Pelos dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, Sapiranga foi a única cidade do Estado a registrar um latrocínio no mês de novembro. Como a investigação está descartado este crime, será solicitada a alteração desse dado nas estatísticas. “A hipótese foi levantada, mas tudo mostra que ele foi vítima de duas quedas, que lhe provocaram os ferimentos. Estamos diligenciando para ver certo a questão dos valores, se pode ter ocorrido um roubo antes, sem agressão, mas tudo indica que não”.