Polícia Civil desarticula quadrilha que movimentava R$ 500 mil por semana provenientes de tráfico e roubos

Estado – A Polícia Civil realizou na manhã desta sexta-feira, 28 de junho, a operação denominada Borgata, para desarticular uma rede de lavagem de dinheiro que atuava em cidades do Vale dos Sinos e foi responsável por movimentar cerca de R$ 500 mil por semana.

A operação cumpriu, até o momento, 23 mandados de busca e apreensão, sete de prisão temporária, além de realizar o sequestro de cinco imóveis de luxo em cidades como Campo Bom, Novo Hamburgo e Lajeado. A operação ainda realizará o bloqueio de sete contas bancárias e serão realizadas 47 quebras de sigilo bancário, fiscal e financeiro. Por enquanto, quatro pessoas foram presas e pelo menos R$ 30 mil foram apreendidos junto com documentos.

Laranjas controlados de dentro da cadeia

Dois criminosos atuavam na formação de uma ampla rede de laranjas para a lavagem de dinheiro provenientes do tráfico de drogas e roubos. A atuação dos homens era realizada de dentro dos presididos onde estão atualmente. Um dos homens está preso em Charqueadas, cumprindo pena por homicídios, o segundo cumpre pena na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Dois criminosos, ambos presos, agiam formando uma ampla rede de laranjas para lavar dinheiro do tráfico de drogas e roubos. Um deles, cumprindo penas por homicídios, está detido em Charqueadas. O segundo chefe da quadrilha cumpre pena na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Como funcionava o esquema

De acordo com a Polícia Civil, foram utilizados familiares, comparsas e amigos que não possuíam antecedentes criminais para adquirirem bens de alto padrão nos últimos anos, que foram obtidos com dinheiro vindo da distribuição de drogas que ocorria por todo o Estado do Rio Grande do Sul.

Além disso, o grupo realizava negócios jurídicos como contratos fraudulentos e transferências de veículos e bens imóveis entre si, além de operar com pequenas empresas para disfarçar o dinheiro como ganho licito. Com isso, eram movimentadas grandes quantias de dinheiro.

Delegado comenta ação

De acordo com o delegado Adriano Nonnenmacher, da Delegacia de Polícia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do DENARC (Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico), a investigação realizada foi célere, levando em consideração de que se tratava de um esquema complexo de lavagem de dinheiro e tendo em vista as movimentações financeiras mensais entre as células que atuavam em diferentes cidades do Vale dos Sinos. Ainda conforma a Polícia Civil, o grupo criminoso eram um dos principais fornecedores de drogas para o Estado das últimas décadas.

O caminho da droga

A Polícia Civil ainda informa que o grupo criminoso era responsável por realizar a maioria das operações logísticas de entrada de cocaína no estado nos últimos dez anos. Na investigação, as rotas da droga trazida de outros países foram confirmadas como sendo, pelo Estado do Amazonas, por via aérea, e pelo Paraguai, através de vínculos com outra grande facção que atua no Brasil. O delegado Adriano Nonnenmacher informou que até 10 toneladas entravam no país pela quadrilha desarticulada.

 Fonte e fotos: Polícia Civil