Patrulha Maria da Penha chega como proteção e apoio às vítimas de violência doméstica

Dupla de brigadianos, entre eles uma soldado mulher, visita as vítimas de violência em casa (Fotos: Melissa Costa)

Região – A violência contra a mulher é um dos crimes que mais está presente, e de forma crescente, nas estatísticas da segurança pública. A agressão contra a mulher é realidade em municípios de todos os portes, desde os menores e interioranos, até as capitais.
Com o intuito de prestar apoio e proteção, especificamente a partir do deferimento da medida protetiva de urgência pelo Poder Judiciário, a Brigada Militar criou a Patrulha Maria da Penha. Dois policiais, uma especialmente soldado mulher, realizam visitas periódicas para acompanhamento da vítima até decisão de extinção ou término do prazo de concessão da medida. Atualmente, na área de circulação do Grupo Repercussão no Sinos, o trabalho é efetivado nos municípios de Sapiranga, Nova Hartz e Araricá. Atualmente, há 15 mulheres nas três cidades recebendo o acompanhamento e apoio do efetivo da patrulha. Desde o início do trabalho diferenciado, já foram 35 — 30 em Sapiranga, três em Nova Hartz e duas em Araricá. A patrulha deverá iniciar em breve em Campo Bom. Já foi feita a solicitação ao comando maior da BM no Estado, assim como já ocorreu uma reunião entre as forças de segurança e prefeitura de Campo Bom.

“O principal desafio ainda é fazer a mulher se sentir protegida para denunciar”

O comandante do 32ºBPM, tenente-coronel João Ailton Iaruchewski conta que a patrulha atende as mulheres que “recebem as medidas e, em razão disso, a Brigada Militar começa a fazer as visitas pró-ativas, com o objetivo principalmente de dar uma segurança maior para que essas mulheres possam ter uma qualidade de vida maior”, disse ele, salientando, ainda, os principais desafios quando o assunto é violência doméstica. “Ainda é a resistência de fazer a denúncia. Quando nós conseguirmos fazer com que elas se sintam protegidas, com certeza, nosso trabalho será mais efetivo e vamos conseguir dar mais proteção a elas, assim como elas irão conseguir denunciar mais”.

CONFIANÇA A CADA VISITA

A atuação da patrulha inicia a partir do deferimento do Poder Judiciário. A dupla de policiais militares vai até a casa da vítima e, aos poucos, se ambientaliza da situação. “A confiança da mulher com nós vai se fortalecendo aos poucos. A cada visita, a cada conversa. Vamos explicando o motivo da nossa presença, o porquê estamos ali, que é para ajudar, para proteger, para prestar apoio. Aos poucos, a mulher vítima vai nos contando tudo que ela passou e, realmente, há muitas histórias que também nos comovem. Em muitas situações, a violência ocorria por anos dentro de casa, a portas fechadas”, conta um dos soldados que integra a patrulha de Sapiranga. “Logo que começamos o trabalho, o telefone que usamos para ter contato direto quase não tinha mensagem. Hoje, quando pegamos ele pela manhã, muitas já nos mandam um bom dia e nos dizem se estão bem. Isso mostra que já há confiança e que nosso trabalho está dando resultado”.

SAIBA MAIS SOBRE A PATRULHA

*A Patrulha Maria da Penha atua de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Atualmente, no 32ºBPM, são atendidas as cidades de Sapiranga, Nova Hartz e Araricá.

*Em breve, o objetivo é passar a atender os municípios de Campo Bom, Taquara, Parobé, Estância Velha e Ivoti. A atuação será feita com o mesmo efetivo, que irá se organizar por dias da semana para dar atenção a toda demanda.

*Além das visitas feitas de forma periódica, as vítimas podem manter contato e tirar dúvidas diariamente com os dois policiais militares por um telefone de uso exclusivo da patrulha com as mulheres atendidas com as medidas.

*A patrulha mantém diversos cuidados em relação à segurança das vítimas e, fora do horário de atuação da patrulha, o contato é feito diretamente no 190, que funciona 24 horas no dia e sete dias por semana.