Para delegado de Sapiranga, cidade deveria ter presídio de regime fechado

110 prisões em 2017 | Prisões da Delegacia sapiranguense evidenciam a necessidade de vagas no sistema prisional

Sapiranga – Em um seminário na semana passada, a caótica situação do sistema prisional gaúcho foi exposta em Sapiranga. Problemas como superlotação de presídios, o controle deles pelas facções criminosas, a subsequente lotação das delegacias de polícia de pronto atendimento da região e a situação do policial civil, que se vê obrigado a desempenhar várias funções para as quais não é treinado, foram abordadas. A conclusão, para aqueles que participaram do debate, é unânime: é preciso de uma solução para o problema, o quanto antes.

Uma dessas soluções é a construção de mais presídios – uma das opções levantadas foi justamente uma estrutura para comportar a população carcerária de Sapiranga e dos municípios da região. Só a Delegacia de Polícia sapiranguense já realizou 110 prisões este ano (mais da metade da capacidade do presídio de Novo Hamburgo).

Para o delegado Fernando Branco, da Delegacia de Sapiranga, não resta dúvidas. “Acredito que Sapiranga deveria ter um presídio, com pelo menos, se não mais, 200 vagas. Teria que ser um presídio de regime fechado. Na verdade existem cidades muito menores que Sapiranga pelo interior do estado que têm presídios pelo menos nessa capacidade. Já passou da hora de Sapiranga ter um presídio”.

A opinião da prefeita Corinha

“Vamos fazer um estudo, nós precisamos de um lugar para colocar os presos de Sapiranga e região. Mas não pode ser em qualquer lugar, temos que saber qual cidade que comporta, se for cidade A ou B, tem que ser feito um estudo. Veja, estamos dando um passo inicial para que um dia nós possamos ter uma cidade apta a receber as pessoas que cometem crimes, para que possamos dar o direto a essas pessoas de se recuperarem e voltarem à sociedade e não se tornarem infratores piores quando são presos. Na minha opinião, todos têm direito de se recuperar perante a sociedade. Se tiver, após estudo, que vir para Sapiranga uma penitenciária, enquanto eu for governo, tem o meu aval”, comentou a prefeita Corinha, após o primeiro dos seminários da AMVRS sobre o sistema prisional. Serão realizados mais onze seminários com a temática, em cidades da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos.

Importante para a Brigada Militar

Para o capitão da Brigada Militar e responsável pelo policiamento em Sapiranga, Juliano Arali, seria importante ter um presídio para a população carcerária sapiranguense. “Para a Brigada Militar de Sapiranga, seria bom um presídio local, com presos só de Sapiranga. Para receber os presos só de Sapiranga, não da região. É importante ter os presos locais, se recebermos presos de fora, trazemos também a criminalidade externa. Se o preso está na cidade dele, a família dele já está aqui, agora se temos presos de mais longe, trazemos as questões e a família do preso para cá também. Ter um presídio para a população carcerária de Sapiranga seria melhor para a Brigada Militar e também seria melhor para a recuperação deles”, considera o capitão da Brigada Militar.

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