Padre acusado de estuprar coroinha é afastado da igreja em Riozinho

Riozinho/região – O padre da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, de Riozinho, foi afastado após ser indiciado pela Polícia Civil por estupro de um menor. Ele é acusado de abusar sexualmente de um coroinha e ajudante da igreja. O caso veio à tona em setembro deste ano, quando a vítima, que agora já é maior de idade, decidiu fazer a denúncia à polícia. Conforme relato da vítima, os abusos teriam iniciado em janeiro de 2013, quando ele ainda era adolescente, com cerca de 14 anos, e somente cessaram no início de 2019, seis anos depois.

Conforme declarado pelo bispo Dom Zeno Hastenteufel à redação do Grupo Repercussão na manhã desta quarta-feira, dia 30, assim que o caso foi divulgado e também chegou ao Judiciário, a Igreja Católica decidiu pelo afastamento do sacerdote. “Assim que o processo foi entregue para a Promotoria, nós o suspendemos do ministério e ele saiu de Riozinho. Ele não foi nomeado para nenhuma outra paróquia, ele está com a família. Vamos aguardar a decisão da justiça para sabermos sobre a situação dele”, informou o bispo. Dom Zeno confirmou que o padre, que atuou por longa data na cidade, não tem mais possibilidade de retornar para Riozinho.

Se ele não for denunciado pelo Ministério Público ou se for inocentado ao longo do processo (caso a denúncia da Polícia Civil seja aceita), ele passará a atuar em outra paróquia. Se ele for condenado pelo crime de estupro contra o coroinha, será feito um processo canônico e encaminhado para Roma, na Itália.

NOVO PADRE ASSUME A IGREJA EM RIOZINHO 

Com o afastamento, a paróquia passou a ser assumida por um padre da Diocese de Novo Hamburgo, o monsenhor Valnei Armesto. Ele já celebrou missa, inclusive os batizados que estavam programados para o sábado passado. Conforme Dom Zeno, a permanência dele em Riozinho é por tempo indeterminado. “Por enquanto, ele está dividindo funções em Novo Hamburgo e Riozinho”, contou.

RELEMBRE O CASO 

O delegado que esteve à frente do inquérito, Gustavo Menegazzo da Rocha, encerrou a investigação na primeira semana de dezembro. Já maior de idade, a vítima procurou a delegacia e denunciou o caso aos agentes, que atuaram em uma investigação que se prolongou por três meses. Além da vítima, foram colhidos depoimentos dos pais do rapaz, da psicóloga que tratou o trauma, assim como foram cumpridos mandados de buscas na casa paroquial (onde os estupros aconteciam) e na igreja. “Também juntamos ao inquérito diversas conversas de WhastsApp. Em razão dos anos que passaram, não havia como solicitar provas periciais, mas conseguimos outras provas que consideramos suficientes”, explica o delegado.

PADRE NEGOU ABUSOS

A Polícia Civil também ouviu o religioso. Segundo o delegado Gustavo, a oitiva durou cerca de duas horas. “Ele negou. Em alguns momentos, na nossa avaliação, caiu em contradição. Negou e isso está registrado nos autos. Tudo que poderia ser feito em provas judiciárias, nós fizemos. Encaminhamos ao Judiciários e indiciamos ele por crime de estupro contra menor. Para nós, há elementos suficientes sobre a prática do crime”, reitera o delegado. Nomes da vítima e do acusado não estão sendo divulgados pela Polícia Civil por se tratar de um inquérito em crime praticado quando a vítima ainda era menor de idade. O nome do padre indiciado não foi divulgado pela polícia, pois se trata de um crime contra menor.