Onda de furtos e consumo de crack estão interligados em Campo Bom, alerta Brigada

Em uma das abordagens, policiais apreenderam objetos de furto e pedras de crack com um usuário Foto: Brigada Militar

Campo Bom – Uma onda de furtos tem deixado a comunidade de Campo Bom em alerta. Nos últimos dias, comerciantes contataram a redação para relatar ocorrências cometidas em estabelecimentos comerciais, principalmente na área central.

“Somente nas últimas semanas, entraram no nosso comércio e em outros que conhecemos. Estamos nos sentindo muito acuados com isso. Eles vêm, levam o que dá e o que não dá, dando prejuízo, quebrando porta, vidro e fogem”, disse um comerciante, citando outra ocorrência em que uma mulher teria sido agredida com garrafada durante um roubo na região central. “Não sei se ela não quis dar dinheiro, mas deram uma garrafada nela, sendo necessário atendimento médico. Dias atrás, levaram o carro de uma conhecida e como tinha antifurto, foi abandonado. Ela só viu quando saiu do trabalho. Está crítica a situação, precisamos de ajuda”, desabafa o morador.

PREOCUPANTE

O comandante da Brigada Militar, capitão Matheus Lacerda, reconhece que os indicadores criminais, principalmente de furto/arrombamento e furto de veículos, estão preocupantes. “A gente está percebendo um número acima do que se espera ser razoável. Quando a gente fala em crime, o objetivo é zero, mas isso é muito difícil. Mas estamos, sim, acima dos aceitáveis. E estes dois crimes, para nós, como Brigada Militar, são difíceis de dar resposta”, disse ele.

DEMORA PARA DESCOBRIR

Normalmente, as vítimas de furto demoram para identificar o crime, pois ele é cometido na ausência delas. “E quanto maior o tempo entre o cometimento e a descoberta, menores são as chances de nós conseguirmos dar uma resposta, pois normalmente estes crimes são cometidos por usuários de crack e os itens são praticamente trocados ao mesmo tempo em algum comércio ilegal ou mesmo na boca de fumo”, explicou o comandante Lacerda. E quando a prisão acontece, por ser um crime sem ameaça e violência, costuma haver soltura. “Por isso, normalmente o entendimento do Judiciário é pela soltura. A prisão pode permanecer caso tenha 10 ocorrências ou mais”.

NÃO COMPRAR PRODUTOS

Larcerda diz que as ações seguem sendo de represssão, porém, pede que as pessoas não comprem produtos com preço muito abaixo do mercado. “Se tem o furto, é porque alguém compra. E isso também é crime”, alerta. Denúncias podem ser feita à BM pelo fone (51) 8210-9076. “Toda informação nos ajuda e pode ser anônima”, disse.