Lei Maria da Penha completa 15 anos e Brigada busca qualificar atuação na região

Curso de capacitação para a Patrulha Maria da Penha acontece na BM de Campo Bom (Foto: Brigada Militar)

Região – A Lei Maria da Penha completou, no último dia 7 de agosto, 15 anos da sua instituição no Brasil. Criada para coibir atos de violência física, patrimonial, sexual e moral contra a mulher, ela tem sido fundamental para mudar a realidade de muitas vítimas.

 

Em alusão a esta data, de uma década e meia da Lei, o Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio dos Sinos (CRPO-VRS) está realizando um curso de capacitação referente a Patrulha Maria da Penha, que é um trabalho diferenciado da corporação em atendimento e acompanhamento das vítimas de violência doméstica. O curso iniciou na segunda e segue até esta quinta-feira, na sede da Brigada Militar de Campo Bom, com a participação de 27 policiais militares da região do batalhão. Os brigadianos estão participando da capacitação de forma voluntária e, a partir dele, todos estarão aptos para comporem uma Patrulha Maria da Penha, conforme cita o capitão Juliano Cardoso Arali, que ministrou a capacitação para o grupo.

Patrulha busca evitar que ocorram novos crimes contra as mulheres 

No próximo dia 31, fará um ano que a Patrulha Maria da Penha foi efetivada na área da 1ª Cia, ou seja, que ela é realizada nos municípios de Sapiranga, Nova Hartz, Araricá, Campo Bom e Estância Velha. A patrulha tem o intuito de prestar apoio e proteção, especificamente a partir do deferimento da medida protetiva de urgência pelo Poder Judiciário. Dois policiais, uma especialmente soldado mulher, realizam visitas periódicas para acompanhamento da vítima até a decisão de extinção ou término do prazo de concessão da medida. Além das visitas presenciais, os policiais também mantém contato diário com as mulheres pelo telefone. “A patrulha atua de forma preventiva, evitando que ocorram novas agressões em âmbito doméstico”, pontua o capitão Juliano.

“Atenção acentuada a essa modalidade criminosa”

Durante os quatro dias de capacitação, os policiais recebem diversas orientações. “Estão sendo repassadas as questões de tratamento do ser humano, de empatia, do entendimento da questão da violência contra a mulher, da misoginia, de entender os temas afetos da distinção de homem e mulher, os fatores que levam a relacionamentos abusivos e como a BM atua na patrulha, podendo evitar novas ocorrências de violência doméstica”, explica o capitão, citando a importância do trabalho realizado pela patrulha nas cidades. “Esse é um importante trabalho realizado pela Brigada Militar, em que a corporação tem atenção acentuada para esta modalidade criminosa”.
A violência contra a mulher é um dos crimes que mais está presente, e de forma crescente, nas estatísticas da segurança pública. A agressão contra a mulher é realidade em municípios de todos os portes, desde os menores e interioranos, até nas capitais. “Todas cidades têm demanda, desde ameaças até tentativas e consumação de feminicídio”, conta o capitão.
Vítimas de violências doméstica podem denunciar o crime na Brigada Militar ou Polícia Civil mais perto.

Com a palavra, os policiais militares

Weslei Rodrigo Bueno, 33 anos. “Sou policial militar desde 2012 e minha participação no curso está sendo realmente para estar mais preparado para o atendimentos dessas ocorrências de violência doméstica na nossa região”.

Maira Gomes Lira, 28 anos. “Estou há três anos na Brigada Militar e há cerca de cinco meses tenho auxiliado no atendimento direcionado das vítimas; o objetivo é estar cada vez mais preparada para estas ocorrências”.

Luis Eduardo Vieira dos Santos. “Estou na BM desde 2009 e também sou instrutor do Proerd; neste programa, a gente se depara também com o lado dos filhos desses casais e meu objetivo é também integrar a patrulha e estar cada vez mais preparado”.