Ladrão de bancos capturado em Nova Hartz vai para o semiaberto

Nova Hartz – Em 2015, através de uma ação cinematográfica do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), com direito até a helicóptero sobrevoando a área rural do Município, a Polícia Civil gaúcha conseguiu prender um dos principais bandidos responsáveis por ataques a banco nos estados do Sul do Brasil. O alvo era João Adão Ramos, 54 anos, vulgo João das Couves, que foi preso com mais dois comparsas, em maio daquele ano, em um sítio na localidade de Canto Kirsch.

Pois, desde 27 de março deste ano, João das Couves, que estava preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC), adquiriu o direito à progressão de regime. Com isso, ganhou o direito de migrar para o regime semiaberto do Instituto Penal de Charqueadas para dar seguimento ao cumprimento de pena.

João das Couves é um conhecido delinquente, de alto grau de periculosidade, visto possuir crimes como de tráfico de drogas, roubo a estabelecimento bancário e a carro forte, além de possuir destreza na utilização de armas de guerra e explosivos.

Na época da prisão, preparavam ataque

Quando foi preso, em 2015, João das Couves e seus comparsas se preparavam para fazer um novo ataque. O grupo, apontado como responsável pela maioria dos ataques com explosivos a caixas eletrônicos e carros-fortes no Estado, estavam armando mais um ataque provavelmente no Vale do Sinos ou Vale do Paranhana. A investigação que antecedeu a prisão dos delinquentes durou seis meses.

Na operação, dois dos criminosos fugiram para um matagal, mas o potente farolete do helicóptero da Polícia Civil auxiliou nas buscas e localização dos mesmos. Um quarto bandido, já identificado, conseguiu escapar do cerco montado por 30 agentes do DEIC. “Não houve confronto. Foi uma ação cirúrgica e precisa”, lembrou o delegado, acrescentando que o sítio é de um dos presos. Joel Wagner não descartou que a quadrilha tivesse outras bases, como na Serra.

Entenda como aconteceu a ação

A estratégia policial na época para capturar João das Couves foi definida em três frentes, conforme detalhou o delegado Joel Wagner. “Entramos pela via aérea, com apoio do helicóptero, pela frente e pelos fundos”, citou. Na época, mais de 30 policiais participaram da ação para não dar chance para a quadrilhar escapar.

Quando os bandidos foram surpreendidos, a polícia encontrou os alvos na linha de produção das bombas e todos com fuzis. O foco da quadrilha era cidades pequenas, onde há pouco efetivo policial, que não fazem frente aos explosivos e fuzis que eram utilizados pela quadrilha

Na ação, os agentes apreenderam quatro fuzis de calibres 223 e 762; uma espingarda calibre 12; uma pistola calibre 380; um revólver calibre 38; mais de 800 cartuchos de munição; seis quilos de explosivos; quatro coletes balísticos; dez carregadores, 14 celulares; 13 toucas ninjas; três potes com dezenas de miguelitos; luvas, um radiocomunicador; um binóculo; uma lanterna; uma balança; três pares de cintas e catracas; uma calha para injetar o explosivo no terminal; dinheiro e cheques de terminais bancários. Houve ainda o recolhimento de três veículos.

João Adão Ramos, 54 anos, vulgo João das Couves, possui uma extensa ficha criminal. Cometeu crimes que vão de homicídio, formação de quadrilha e roubo a banco. Ele participou de ataques a carros-fortes e teve confirmada sua ligação com a facção criminosa paulista, Primeiro Comando da Capital (PPC). Com vasta ficha de antecedentes criminais, João das Couves foi preso pela Polícia Federal (PF) em abril de 2006, em São Leopoldo, quando comandava ataques com explosivos a bancos e pedágios na época.

Fotografia: Polícia Civil