Julgamento do Caso Contreira mobiliza MP e Judiciário em Sapiranga

Foto: Guilherme Werlang

Sapiranga – Um crime que chocou Sapiranga e região deverá ter um desfecho nos próximos dias. O caso morte de Glaiton da Silva Contreira, tenente do Corpo de Bombeiros, ainda em 2020, iniciou seu julgamento na quarta-feira (18), e deve se estender até o início da tarde desta quinta-feira (19), definindo o futuro dos réus.

 

Em um breve resumo, Contreira desapareceu em um domingo, dia 25 de outubro, e foi encontrado morto na segunda-feira. Assim que localizado, o enteado da vítima, Yago Rudinei da Silva Machado, assumiu o crime e foi preso. Semanas depois, a mãe de Yago e esposa do tenente, Ledamaris da Silva Contreira, foi presa preventivamente por suspeita de ser a mentora do caso. O episódio, depois de pouco mais de dois anos, está em julgamento.

Ainda no ano do homicídio, a defesa de Yago alegou que o jovem teria problemas psiquiátricos, pedindo para que ele fosse transferido ao Instituto Psiquiátrico Forense (IPF). Após um período no IFP, Yago foi transferido para a Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas, segundo informações de seus advogados.

O julgamento do caso, iniciado na manhã de ontem, tem seis testemunhas, sendo que destas, uma é de acusação e as outras cinco são de defesa. Participam do júri familiares das vítimas e policiais que estiveram envolvidos na investigação do homicídio.

Promotoria se pronuncia

Karen C. Mallmann, promotora. “A denúncia envolve a acusação do enteado e da esposa. Trata-se de homicídio duplamente qualificado, porque utlizaram um recurso que impossibilitou a defesa da vítima e também motivo torpe”.

Francisco S. Lauenstein, promotor. “A acusação tem provas contundentes da participação de ambos os acusados neste terrível homicídio. A acusação está se empenhando para obter o melhor resultado possível e que façamos a justiça”.

AVC’s teriam motivado contradição

A defesa de Ledamaris da Silva Contreira conversou com a nossa equipe e, semelhante ao que foi justificado por parte dos advogados de Yago no início do caso, alegou que a então esposa da vítima possui problemas que poderiam causar algum tipo de confusão mental, e que por isso seus discursos poderiam parecer contraditórios. “Nós iremos comprovar que Ledamaris é uma pessoa debilitada em razão dos AVC’s (Acidente Vascular Cerebral) que ela sofreu. Por essas razões, ela apresenta algum tipo de confusão mental para esclarecer fatos e principalmente datas, porque ela não consegue se posicionar muito bem em relação a esses problemas que ela teve”, esclarece Camila Espíndola, uma das advogadas da ré.

O Dr. Nemias Sanches, também responsável pela defesa da acusada, determina que o julgamento irá provar a inocência de Ledamaris. “O processo é feito para discutir a prova. Hoje, nós viemos aqui trazer e esclarecer a verdade que ocorreu durante todo esse período. A Ledamaris realmente é uma pessoa inocente, ela não tem envolvimento com o caso, e isso será provado no tribunal do juri”.