Sapiranga – A investigação da Polícia Civil no caso da morte do jovem Lauro Campos de Moraes, 27 anos, que morreu na madrugada do último domingo (23) após cair em uma obra inacabada do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do Governo Federal, e sob a responsabilidade da Prefeitura, iniciará pelos depoimentos das testemunhas. Os envolvidos serão convocados pela Polícia Civil, nesta e na próxima semana, mesmo que o laudo médico e a necrópcia (que indicará se ele estava sob o efeito de alguma substância) não tenham sido remetidos à polícia.
O caso foi registrado pela família do jovem na Delegacia de Sapiranga como homícidio culposo – quando não há intenção de matar. Na opinião de amigos e familiares da vítima, a sinalização do local não atende as expectativas e a iluminação pública do ponto é deficitária (testemunhas afirmam que no momento do acidente não havia iluminação no local).
Fique por dentro do caso:
*Moradores e familiares reclamam que o socorro demorou para chegar. O tenente do Corpo de Bombeiros de Sapiranga, Luiz Jatair Rodrigues Vargas, disse que o chamado à corporação ocorreu às 4 horas e às 4h20 uma ambulância capaz de realizar o pronto- atendimento chegou ao local. “Inclusive, um soldado fez massagem cardíaca no rapaz, do local do acidente até o Hospital Sapiranga”, esclarece o tenente.
*Responsável pelo Samu de Sapiranga, a Prefeitura destaca que a unidade local foi chamada às 3h58 e às 4h06 (sete minutos depois) estava socorrendo a vítima. Ela não apresentava fraturas expostas ou outras lesões. Com o impacto ele pode ter sofrido um traumatismo crâneo-encefálico.
*Até o dia do acidente, a Prefeitura não possuía solicitações para troca da lâmpada no local do acidente. Uma vistoria no trecho ocorreu esta semana e o problema foi solucionado. Conforme a Prefeitura, placas e cavaletes foram colocados na obra para sinalizar, mas é frequente o furto e depredação destes equipamentos na parte da noite.
Gestões explicam:
*A atual Administração explica que, em 2012, a gestão passada contratou uma empresa para construir a Av. Travessão Ferrabraz, através do PAC Transportes. Em virtude dos R$ 19,5 milhões (da União) não terem sido empenhados no orçamento, muito menos a contrapartida do município (R$ 2.298.064,78), a obra parou. Mesmo sem os recursos, a Prefeitura (em 2012) fez a licitação e contratou a empresa. O reínicio depende ainda de regularização de lotes. Outra questão que impede a continuidade da obra é o fato de o Município se encontrar inscrito no Cadastro de Inadimplentes (CAUC) desde maio de 2012.
*O ex-secretário-geral de governo de Sapiranga, Cleber do Nascimento, rebateu a informação da Prefeitura de que o valor não foi empenhado. Ele disse à reportagem que os R$ 2.298.064,78 foram empenhados, sim, e estão no orçamento do município para 2013.
