Região – Uma jovem, de 20 anos, moradora do bairro Santo Antônio, em Campo Bom, é uma das presas na Operação Android, da Polícia Civil, deflagrada nesta terça-feira, 24. A investigação, da Delegacia de Santo Augusto, no norte do Estado, faz parte de uma força-tarefa iniciada na Delegacia de Polícia Regional de Três Passos e que foi estruturada para desarticular ações de tráfico e crimes praticados por integrantes de organizações criminosas. A polícia informou que as ações eram comandadas diretamente dos presídios, de onde partiam as ordens dos líderes. Com a jovem, foi apreendido um celular.
Mais de 200 policiais civis atuam na ação
A Operação, cujo nome Android se relaciona ao trabalho de inteligência de dados que resultaram em prisões e ações operacionais ao longo das investigações, está sendo executada por aproximadamente 200 policiais civis, com o apoio integrado de 100 policiais militares e dez policiais rodoviários federais. Estão sendo utilizadas mais de 100 viaturas e o helicóptero da Polícia Civil. Um total de 104 ordens judiciais estão sendo cumpridas nesta terça-feira, sendo 43 mandados de prisão e 61 mandados de busca e apreensão domiciliar em Santo Augusto, Coronel Bicaco, Redentora, Campo Novo, Tenente Portela, Três Passos, Crissiumal, Independência, São José do Inhacorá, Três de Maio, Ijuí, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Carazinho, Lagoa Vermelha, Lajeado, Dois Irmãos, Campo Bom, Montenegro, Novo Hamburgo, Charqueadas e Santiago, e na região de Florianópolis (SC). Já nas primeiras horas da operação, foram confirmados 45 presos.
Tráfico era comandado de dentro das prisões
Durante as investigações foi apurado que traficantes líderes, do interior das prisões, de forma estruturada e hierarquizada, comandaram e gerenciaram o esquema do tráfico, controlando desde o transporte de drogas, fracionamento, entrega a gerentes regionais e locais, até chegar nas vendas ao usuário. Gerentes regionais pré-estabelecidos eram responsáveis por receber e distribuir a droga, oriunda da Região do Vale dos Sinos, aos gerentes locais em cada cidade da Região Celeiro.
O movimento foi marcado por intensa disputa de territórios de tráfico e “ajustes de contas” entre traficantes, em que a violência e a intimidação empregadas acabaram culminando, inclusive, em homicídios tentados e consumados entre traficantes, acabando por também atingir cidadãos inocentes.
Investigações iniciaram em 2017
As investigações iniciaram no mês de julho de 2017 e, nesse período, num total de 62 constrições cautelares pessoais, já foram realizadas 55 prisões de indivíduos adultos e apreendidos sete adolescentes infratores em dezenas de ações que ocorreram em praticamente todos os municípios da Região Celeiro e em outras cidades, como Sarandi, Seberi, Carazinho, Montenegro e Novo Hamburgo.
Com as ações, praticamente todos os gerentes locais e regionais do tráfico já foram presos, inclusive com vastas quantidades de drogas e alguns com armas de fogo, bem como estão identificados os líderes que comandaram as ações-macros, contra os quais, nesta terça-feira, também estão sendo executados mandados de prisão preventiva. Ao longo das investigações também foram presos responsáveis pelo transporte das drogas do Vale dos Sinos e indivíduos suspeitos de homicídios ligados aos interesses da organização criminosa.
Apreensões de drogas, veículos e armamentos
As ações operacionais, que contaram com o apoio da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal, resultaram na apreensão de aproximadamente 180 kg de drogas (maconha, cocaína e crack), armas de fogo, munições, veículos, motos, dinheiro, balanças de precisão e farto material ligado ao tráfico de drogas. As investigações ainda resultaram na obtenção de provas que auxiliaram policiais em outras Comarcas em que foram realizadas 13 prisões cautelares versando sobre tráfico de drogas e crimes conexos – homicídios tentados e consumados e crimes contra o patrimônio.
Fonte e foto: Polícia Civil