Região – Uma mistura de comoção e pânico transformou o ambiente escolar da região. Após o ataque ocorrido em uma escola de educação infantil de Blumenau, em Santa Catarina, quando um homem invadiu a unidade e assassinou quatro crianças, pais passaram a temer pela segurança dos filhos nas escolas de todo o país.
Nos municípios de cobertura do Grupo Repercussão, nos vales do Sinos e do Paranhana, foram adotadas uma série de medidas para tentar oferecer mais segurança aos estudantes. Nesta reportagem, acompanhe as principais ações, que vão desde aquisição de viaturas para a Brigada Militar aumentar as rondas escolares, contratação de vigias e instalação de botão do pânico, até treinamento para futuras situações de emergências nos ambientes escolares. Bombeiros e policiais civis também são mobilizados.
Um dos destaques com maior investimento acontece em Campo Bom, onde serão instaladas mais de 400 câmeras de reconhecimento facial nas escolas municipais e nos demais prédios públicos, como unidades de saúde, Centro Administrativo e Centro Vida. Acompanhe:
PAROBÉ VAI INVESTIR NA COMPRA DE VIATURAS PARA A BRIGADA MILITAR AJUDAR NAS RONDAS
Uma das medidas adotadas em Parobé foi investir na compra de viaturas para a Brigada Militar. O prefeito Diego Picucha conta que, em parceria com a Câmara de Vereadores, será repassado cerca de R$ 160 mil para a aquisição do novo veículo, além de outro que deve ser adquirido pela BM com uma verba de R$ 100 mil através de convênio com o Judiciário. “As novas viaturas vão trazer ainda mais segurança para a população de Parobé, especialmente a que estará reforçando a ronda escolar, fazendo a segurança na porta das unidades educacionais nos horários de entrada e saída dos alunos. Investimos para ampliar ainda mais esse trabalho fundamental já efetuado pela BM, tão importante para a segurança dos nossos alunos e dos nossos profissionais da educação”, disse Picucha.
A prefeitura também tem tomado outras medidas de segurança. “Estamos com vigia em todas as escolas, todas estão sendo monitoradas, ninguém entra na escola sem identificação, só entram as pessoas que realmente precisam adentrar, comprovando algum tipo de vínculo com os alunos”, pontuou o prefeito, fazendo um alerta para toda a comunidade. “Outra coisa: a viatura na frente da escola não é para criar pânico, ela está lá realmente para proteger e fazer um papel preventivo”.
Picucha também pede a atenção dos pais. “A gente está empenhado. Minha principal tarefa como prefeito é observar e zelar pela segurança das nossas crianças, assim como da secretária (Joana), diretores e professores, mas também é um trabalho dos pais acompanhar a série que o filho está olhando na televisão, que joguinhos ele está jogando no celular. Veja o dia a dia do seu filho”.
Riozinho reorganiza escolas da rede
Uma reunião com os pais foi promovida na semana passada no ginásio de Riozinho. O secretário de Educação, Gilnei dos Santos, conta que o momento foi para divulgar medidas que estão sendo adotadas em prol da segurança dos estudantes. “Dentre tudo que estamos fazendo, tem aquisição de mais câmeras, vigias em todas as escolas e também dando resposta a solicitação da força tática e conselho escolar, que viram dificuldades nas escolas multisseriadas no interior. Além de estar muito distante, o acesso a elas é bastante difícil, não tem sinal de telefonia, qualquer coisa que acontecesse lá, local totalmente isolado. Essas escolas, por solicitação, estão sendo desativadas por tempo indeterminado”, disse ele, citando que o município irá fazer o transporte e realocar todos os alunos para escolas maiores e mais perto do Centro”. Todos os profissionais da educação também participarão de treinamento com bombeiros e BM sobre como agir em situações de emergência.
Controle nos acessos
Em Sapiranga, todas as escolas da rede municipal receberam reforço de um profissional de portaria para controlar o acesso e monitorar as unidades. Também é proibido que as escolas fiquem com portões destrancados e está sendo reforçada a identificação de cada pessoa que tenha acesso aos alunos em horário de aula. Essas normas se somam aos equipamentos de videomonitoramento, portões com trava elétrica e alarme com botão de pânico, que já eram realidade nas escolas de Sapiranga.
Em Nova Hartz, a Secretaria de Educação informa que todas as escolas municipais possuem cercamento, sistema de monitoramento, mecanismo de fechamento dos portões de acesso e uma equipe sempre atenta.
Em Três Coroas, também acontece o reforço de rondas e maior atenção dos vigias. Em Rolante, prefeitura, BM e Civil também seguem alertas e com atenção redobradas nas escolas.
IGREJINHA CRIA COMITÊ ESPECIAL PARA A PAUTA
Pensando na segurança dos alunos e para trazer o assunto em discussão para diversos órgãos, a Prefeitura de Igrejinha criou, de forma inédita, um comitê. O prefeito Leandro Horlle explica que como este é um tema que não envolve somente o município, mas também, Poder Judiciário, Brigada Militar, Polícia Civil, CPM das escolas, diretores e Sindicatos dos Professores foi necessário a formação deste grupo. “Nos reunimos para discutir ações que podem ser desenvolvidas para melhora do ambiente escolar. Não podemos, de forma alguma, transformar as escolas em presídios, não é esse o objetivo. O objetivo da escola é um ambiente em que o conhecimento é transmitido, mas aliado à socialização, atividades de cunho social”, disse o chefe do Executivo, anunciando que já houve a contratação imediata de novos vigias para as escolas de educação infantil. “E estamos estudando outras medidas, como a criação de botão de pânico. A gente pede também a participação dos pais, cuidando as atitudes e ações dos filhos”, completa o prefeito.
Campo Bom vai instalar mais de 400 câmeras de monitoramento com reconhecimento facial
Um projeto que elaborado há quase um ano pela Prefeitura de Campo Bom ganhou ainda mais notoriedade frente às recentes discussões a respeito da segurança nas escolas. Um sistema de monitoramento, com mais de 400 câmeras de reconhecimento facial, será instalado nas escolas municipais e nos demais prédios públicos, como unidades de saúde, Centro Administrativo e Centro Vida. O investimento é de mais de R$ 4 milhões.
A Guarda Municipal e as demais forças de segurança atuantes na cidade, como a Brigada Militar, farão o monitoramento das imagens. O objetivo é controlar o acesso aos prédios 24 horas por dia, sendo possível identificar indivíduos cadastrados nos bancos de dados policiais por meio do reconhecimento facial. O prefeito Luciano Orsi destaca que, diante dos últimos acontecimentos, determinou que seja dada prioridade ao projeto, que deve ser licitado em breve e implantado até o final de 2023.
A instalação do sistema inovador de segurança nos prédios públicos atesta, mais uma vez, que a segurança dos campo-bonenses é prioridade da Administração. Câmeras de reconhecimento facial devem ser instaladas até o final do ano, tornando possível, por meio do monitoramento da GMCB e BM, a identificação de indivíduos cadastrados nos bancos de dados policiais.
Em 2018, a Secretaria Municipal de Segurança foi criada, dando início ao processo de formação da Guarda Municipal, nas ruas da cidade desde setembro de 2022. Outro importante passo será dado agora, em 2023, para garantir mais segurança pública à população.
REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA GGIM
A prefeitura de Campo Bom convocou na sexta-feira (14), uma reunião extraordinária do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM). Para o prefeito Luciano Orsi, o momento exige amplo debate e integração de esforços. “A reunião serviu para alinhar a intensificação das rondas escolares e definir as próximas ações”, destaca. Uma das medidas é o recém anunciado investimento das câmeras. Além do prefeito e do tenente Escobar, comandante da Brigada, o delegado Clóvis Nei, da Polícia Civil, e Emerson Edinei Lopes, diretor da GMCB, também participaram da reunião os secretários Simone Schneider (Educação), Rosalino Seara (Segurança), Gênifer Engers (Obras) e Gabriel Colissi (Desenvolvimento Social), o secretário do GGIM, Fabiano Feldes, e representantes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Conselho Tutelar, CDL, ACI, Consepro, Ministério Público e da sociedade.
CÂMERAS, ZELADORES E PATRULHAS EM TAQUARA
Em um vídeo, a prefeita Sirlei Silveira e a secretária de Educação, Carla Silveira, detalharam as ações adotadas em Taquara. As medidas contemplam as redes municipal, estadual e privada e contam com o apoio da Brigada Militar, Polícia Civil, Conselho Tutelar, Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública, Corpo de Bombeiros, Susepe e Ministério Público. A BM está fazendo patrulhamento em todas as escolas, inclusive tendo uma patrulha escolar específica e em parceria com o Consepro; a prefeitura irá instalar câmeras de videomonitoramento em todas as escolas municipais. “Ampliaremos a contratação de zeladores, sendo contratados um efetivo especificamente para atuarem nas escolas municipais de educação infantil”, destacou Carla.
Junto ao sistema de segurança e monitoria de todas as escolas, serão instalados “botões de emergência”, que irão acionar imediatamente a empresa de segurança. “Estamos com cuidados redobrados nas entradas das escolas”, externou Sirlei. Cada unidade de ensino, com sua comunidade escolar, também está planejando estratégias para ampliar o cuidado e a segurança de cada estabelecimento.
MP TAMBÉM AUXILIA NAS AÇÕES
O Ministério Público instaurou expediente para fomentar e acompanhar as medidas que estão sendo adotadas pelos entes públicos e privados a fim de identificar fontes e prevenir episódios como o de Blumenau. Em Sapiranga, a pedido do promotor Bill Scherer, aconteceu uma reunião com os prefeitos de Sapiranga, Nova Hartz e Araricá, assim como secretários de Educação, Brigada Militar e Polícia Civil.
De acordo com Bill Scherer, a reunião serviu para que medidas fosse adotadas e ajustadas por todas as instituições participantes da reunião, tanto para prevenção quanto para reação. “Haverá reforço na segurança das escolas e ambientes congêneres, preparação de profissionais para ação integrada em caso de ataques, aprimoramento de medidas preventivas e intercâmbio de informações de inteligência para detecção de possíveis ameaças. As medidas passam a ser adotadas imediatamente”.
Com eles, a palavra
“Realizamos, juntamente com todos os poderes de segurança, uma reunião de orientação e criação de protocolos de segurança com todos os diretores de escolas do município, tanto da rede municipal como estadual e particular”. Sirlei Silveira, prefeita de Taquara.
“O momento exige amplo debate e integração de esforços. A reunião serviu para alinhar a intensificação das rondas escolares e definir as próximas ações. Uma das medidas é o investimento de mais de R$ 4 milhões em um sistema inovador de segurança”. Luciano Orsi, prefeito de Campo Bom.
“As novas viaturas vão trazer ainda mais segurança para a população de Parobé, especialmente reforçando a ronda escolar, fazendo a segurança na porta das unidades educacionais nos horários de entrada e saída dos alunos”. Diego Picucha, prefeito de Parobé.
“Encaminhamos a contratação emergencial de segurança para todas as nossas escolas. Além disso, o patrulhamento nelas já acontece e foi criado um grupo de WhatsApp com a BM, em que a direção pode acionar a qualquer momento”. Carina Nath, prefeita de Sapiranga.
“Nos preocupamos com a segurança dos estudantes e entendemos a preocupação das famílias. Por isso, solicitamos ao comandante Zanatta que intensifique o policiamento nas proximidades das escolas, assim como da equipe de segurança para fazer rondas periódicas”. Pedro Rippel, prefeito de Rolante.
“Nos reunimos para discutir ações que podem ser desenvolvidas para melhora do ambiente escolar. Não podemos, de forma alguma, transformar as escolas em presídios, não é esse o objetivo. O objetivo da escola é um ambiente em que o conhecimento é transmitido, mas aliado à socialização”. Leandro Horlle, prefeito de Igrejinha.
“Vivemos um momento muito delicado, de insegurança e isso gera angústia e medo, mas precisamos continuar. Os alunos não podem, mais uma vez, pagar a conta”. Veronice Zandoná, sec. de Educação de Nova Hartz.
“A preocupação é aumentar segurança nas escolas. Para isso, estamos adquirindo e instalando mais câmeras de monitoramento, botão de pânico e também haverá treinamento com todos os funcionários da educação para agir em situações de emergência”. Gilnei dos Santos, sec. de Educação de Riozinho.
“Neste momento, é importante ressaltar que são medidas extremas de segurança e que a recomendação é de cautela ao tratar deste assunto, a fim de minimizar o sentimento de pânico e, além disso, frear as notícias falsas”. Agnes Muck, sec. de Educação de Três Coroas.