Estuprador é preso por atacar crianças na vizinhança em Nova Hartz

Casos foram atendidos pela Delegacia de Polícia de Nova Hartz (Melissa Costa)

Nova Hartz – A coragem das vítimas e o trabalho ágil da Polícia Civil e Judiciário colocaram atrás das grades um estuprador que abusou sexualmente de crianças da vizinhança em Nova Hartz. Apostando na confiança dos pais e das famílias do bairro, no qual o viram crescer, ele abusou de pelo menos três menores de idade. A Polícia Civil desconfia que possa ter ocorrido mais casos e pede que se mais alguém foi vítima do acusado, procure a Delegacia de Polícia.
O Grupo Repercussão não irá divulgar o bairro e nem maiores detalhes sobre quem é o acusado, respeitando o Estatuto da Criança e do Adolescente e para preservar as vítimas, que ainda tentam superar os traumas.
Conforme apurado pela investigação, os estupros direcionados ao acusado ocorreram há cerca de cinco anos, quando duas vítimas tinham idades entre oito e nove anos. Hoje, elas estão com idades de 13 e 14 anos.
Os agentes ainda trabalham para descobrir quem seria a terceira criança abusada. A primeira denúncia chegou à delegacia no dia 19 de agosto e, em apenas 21 dias, todo o trabalho foi feito, assim como a descoberta de mais vítimas, e a prisão preventiva do acusado. “O caso foi tratado como prioridade por toda nossa equipe, desde o momento que o primeiro relato dos estupros chegou até nós”, disse um dos inspetores.

Um ano de abusos

O primeiro caso que chegou aos investigadores foi de um adolescente de 13 anos e os abusos teriam ocorrido por cerca de um ano, quando ele tinha entre oito e nove anos. A vítima tomou coragem para revelar os abusos à família após ver uma notícia sobre estupro e prisão. A notícia não estava relacionada ao seu abusador, mas isso lhe deu incentivo. Assim que soube dos relatos brutais, os pais procuraram a delegacia. Ao ser ouvido, os agentes descobriram que em pelo menos um dos estupros, o crime foi cometido com duas crianças ao mesmo tempo. “O menino não conseguiu confirmar a identidade dessa vítima, mas seguimos o trabalho para tentar descobrir”. Os estupros, conforme relato, ocorriam na propriedade do acusado. O menino era atraído à casa do estuprador para jogar vídeo-game. “Assim, começou o aliciamento”. Quando a vítima começou a querer se negar e relatar que não se sentia bem com tudo aquilo, o acusado ameaçou matar um familiar, o que lhe calou por medo.

Após a primeira denúncia, os policiais civis ouviram o acusado. Como não se tratava de flagrante e a investigação estava em andamento, ele precisou ser liberado. Sabedor do crime do qual estava sendo acusado, ele procurou uma outra família do bairro. “Ele relatou a esses pais que estava sendo acusado injustamente”.

Estupro é crime, denuncie!

A polícia suspeita que possa ter ocorrido mais estupros. “Pedimos que se mais alguma criança foi vítima, a família nos procure imediatamente. Se houver mais denúncias, ele irá responder por cada uma”, garante o policial, que também faz um alerta para que as famílias não se sintam envergonhadas ou optem pelo silêncio por pensarem que são culpadas. “Pelo que levantamos até o momento, todos na vizinhança tinham confiança nele, justamente por ser uma pessoa do bairro, por conviver com todos há tantos anos. Em nenhum momento, as famílias devem se sentir culpadas. É preciso denunciar, as vítimas também precisam dessa resposta aos crimes”. Nos casos em que a garota e o menino tiveram coragem de denunciar, os policiais sentiram o alívio deles em compartilhar o que ocorreu com a família. “Foi como tirar um peso das costas e dos ombros. Ouvi os dois, e foi nítida a mudança de comportamento ao conseguirem falar e não terem mais que carregar esse peso sozinhos”. O acusado foi preso dias atrás. Em um dos casos, ele ainda era menor. No outro, tinha entre 18 e 19 anos e responderá por estupro. No outro caso, como menor infrator. Denúncias pelo telefone (51) 3565-1382.

Menina contou à família

O fato do acusado ter indo falar isso, esse casal, que tem uma filha menina, ficou intrigado. “Eles conversaram com a filha, que inicialmente negou que tivesse sido vítima. Mas a reação dela deixou os pais preocupados e, horas depois, ela tomou coragem e enviou uma mensagem para o celular do pai, dizendo que tinha, sim, sido vítima”. O aliciamento ocorreu da mesma forma e, conforme a garota, houve um estupro consumado. Antes disso, por diversas vezes, ele a molestou. “Depois desse estupro consumado, a menina se afastou”. Nos dois casos descobertos, as famílias foram surpreendidas pelos crimes contra os filhos e, em ambos, os pais estão horrorizados. “Conversamos com essas famílias e orientamos de que a polícia iria fazer seu trabalho, que podiam confiar em nós”, contou o policial.