DP de Sapiranga há três meses sem registro de homicídio

Região – A Delegacia de Polícia de Sapiranga está há três meses sem registrar um caso de homicídio na sua região de atuação. Em tempos em que casos de violência são cada vez mais comuns, este é um dado que deve ser comemorado e o trabalho das forças de segurança reconhecido.

Em 2014, foram 27 casos de homicídios e latrocínios na cidade, número que no ano seguinte já caiu consideravelmente. 2015 fechou com 14 casos de homicídios registrados pela polícia. O número teve uma pequena alta em 2016, quatro casos a mais, totalizando 18 homicídios no ano. Em 2017 foram 19 casos, o que em uma média, daria 1,58 casos por mês. Esse número tende a ser menor em 2018, considerando que até o dia 02/03 nenhum homicídio foi registrado, ou seja, praticamente 90 dias sem ocorrências desse tipo.

Outros números que chamam a atenção, não apenas em Sapiranga, mas também em Campo Bom, são os relacionados ao total de casos de roubo e furto de veículos. O número caiu drasticamente nos municípios na comparação entre 2016 e 2017. Em Campo Bom e Sapiranga o total de casos de furto de veículos reduziu quase pela metade. Foram 283 casos de furto em Campo Bom em 2016 – 23,58 de média por mês – e 141 casos em 2017 – média de 11,75. Em Sapiranga foram 214 casos registrados em 2016 – média de 17,83 – e 135 no ano passado – média de 11,25. Considerando estas médias, a tendência para 2018 é que o ano termine com números ainda melhores. Até fevereiro, foram 19 casos em Campo Bom, ou seja, média de 9,5 casos por mês. E 20 em Sapiranga.

Presos em Sapiranga

ANO              CASOS
2016                 124
2017                 181
2018                  29
Total                334

Fernando Branco, delegado de Sapiranga, avalia

Em Sapiranga, o delegado Fernando Branco ressalta que os números melhores a cada ano refletem o esforço da corporação. “O trabalho realmente está dando resultado. A redução dos índices de criminalidade em geral é fruto do trabalho dos órgãos de segurança” . Branco ressalta o progresso das prisões desde 2015, pontuando o aumento entre 2016 e 2017. Em relação aos números, devem permanecer reduzidos. “Agora, eu acredito que os índices vão se manter abaixo do nível do ano passado. Haverá uma redução. Essa é a perspectiva”, declara. Outro ponto ressaltado foi a queda significativa no número de furtos e roubos de veículos. “Essa redução nos deixa satisfeitos”, pontua o delegado, que finaliza salientando a continuidade das atividades. “O trabalho, que a gente vem desenvolvendo há anos já, continua e está dando um resultado positivo que fica refletido nos números. Objetivo é seguir com o trabalho e manter os números abaixo do ano anterior” declara.

Em Campo Bom, a única morte no ano ocorreu no dia 23/01. A vítima é Leandro Rosa Silva, 24 anos, cujo corpo foi localizado na Av. Edgar Hoffmeister, zona Industrial Norte. Conforme Cláudio Dineck, chefe de investigação da Polícia Civil da cidade, o caso segue sob investigação principalmente porque a vítima morava em Sapiranga. “Tudo leva a crer que, como ele era de Sapiranga, que foi trazido até alí por indivíduos em um veículo, ainda não identificado, onde foi executado”, explica Dineck. A suspeita é que os executores do crime sejam também de Sapiranga. “A vítima morava lá. Pode ser uma dívida com alguém naquele município. Devem ter pego ele a força, colocado no carro, e ter executado ele aqui. É uma das principais hipóteses sendo investigadas”, pontua o chefe de investigação. Como motivação, a polícia trabalha com homicídio relacionado ao tráfico de entorpecentes, pois a vítima era usuária de drogas. O crime segue sob investigação.

Campo bom ressalta força-tarefa

Para o presidente do Consepro de Campo Bom, Pedro Rogério Martins Duarte, a força-tarefa que reúne órgãos da segurança pública com o apoio do Poder Judiciário e do Ministério Público, tem auxiliado a Polícia Civil e a Brigada Militar no que as instituições precisam.

“Promovemos condições de trabalho para que as polícias afastem do convívio em sociedade aquelas pessoas que não merecem. Temos buscado parcerias e a Prefeitura tem respondido prontamente. Além disso, até o mês de abril, daremos apoio psicológico às mulheres vítimas de violência. Não queremos que as mulheres fiquem reféns dos maridos violentos e os casos de agressão aumentam muito no verão”, pondera Duarte.

Os bons números registrados em Campo Bom foram avaliados pelo delegado do Município, Clovis Nei da Silva, que também ressaltou a importância do trabalho em conjunto com as demais forças de segurança. “Os números são fruto do trabalho da Delegacia, demais DPs da regional, bem como Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, Brigada Militar, Ministério Público e Judiciário. Para reduzir índices é necessário que a persecução penal funcione”, pontua o delegado.

 

Texto: Sabrina Strack

Foto: Arquivo / JR