Causas das mortes no Lauro Reus ainda são um mistério para as famílias das vítimas

Investigações sobre mortes prosseguem. Foto: Cássios Schaab

O dia 19 de março ainda é motivo de muita tristeza para as famílias das vítimas que vieram a óbito devido a tragédia ocorrida no Hospital Lauro Reus em que, uma possível falta de oxigênio, teria sido o motivo principal das sete mortes. Passado o ocorrido, as famílias seguem buscando explicações, ainda sem resposta. Nesta semana, a reportagem do Grupo Repercussão conversou com a advogada Franciele Koslowski, representante de três destas famílias, e que acompanha todas as investigações sobre o caso. Conforme ela, a principal angústia das famílias segue sendo o motivo principal que ceifou a vida dos pacientes. “No dia do ocorrido, muitos foram chamados para levar documentos imaginando que os familiares receberiam alta, outros correram para o hospital quando ficaram sabendo do problema e outros ainda ficaram sabendo pela imprensa e redes sociais”, destaca Franciele.

Conforme a advogada, a falta de suporte por parte da administração do hospital motivou a procura pelo atendimento especializado. “As famílias depositaram a confiança na instituição quando os pacientes foram internados e, infelizmente, eles continuam sabendo de informações pela imprensa, de conversas na cidade. Ninguém deu nenhum suporte e, por isso, algumas famílias, procuraram a minha representação e, desde o dia do fato, eu tenho acompanhado todas as movimentações”, acrescenta a advogada.

Desde que iniciou o atendimento, Franciele tem realizado a petição de documentos, assistido as famílias nos depoimentos e acompanhado as investigações na Polícia Civil.

Reparação dos danos depois

Segundo Franciele, nesta primeira etapa de acompanhamento das famílias, seu trabalho está focado nos esclarecimentos das causas que vitimaram os pacientes. “Possivelmente e provavelmente, as famílias vão buscar as reparações e é um direito que elas têm, mas, possivelmente, uma indenização só será uma consequência do que eles esperam, que é a verdade sobre o que ocorreu naquela tragédia”, explica a advogada.

Recuperação avançada

Algumas das famílias buscam explicações sobre o fato por entender que a situação de seus familiares que vieram a óbito não estava em gravidade. “Muitos estavam com recomendações de extubação, outros já em recuperação, por isso, essas explicações são fundamentais”, pontua Franciele. Segundo ela, uma possibilidade de solicitar autópsia não está descartada.

Fique por dentro

As apurações do caso mobilizam diferentes órgãos, com investigações ocorrendo em paralelo. Polícia Civil, Secretária Municipal de Saúde e Ministério Público iniciaram os trabalhos de apuração ainda no dia do fato. A Secretaria Estadual de Saúde e a Câmara de Vereadores também abriram procedimentos de investigação para descobrir o que ocasionou as falhas na distribuição do oxigênio.

O Instituto Geral de Perícias realizou uma perícia, com profissionais de diferentes áreas, para identificar possíveis falhas no sistema de abastecimento de oxigênio líquido do hospital. E o Ministério Público Federal também instalou um procedimento de investigação.

A direção do Hospital Lauro Reus também abriu sindicância interna para apurar os fatos e o relatório final, que seria divulgado na última semana, teve seu prazo de conclusão adiado.

A Prefeitura de Campo Bom também acompanha as apurações e auxilia todas as frentes de investigação em andamento.