Sapiranga – Desde 2016, Sapiranga conta com a Casa Abrigo Regional Jacobina Maurer. Desde então, o local, administrado pela Coordenadoria da Mulher – um departamento da Secretaria de Assistência Social -, vem trabalhando em ações que visam o desenvolvimento de processos sociais, assim como incentivo para que as mulheres busquem estratégias autônomas de enfrentamento às situações vivenciadas.
Conforme os dados expostos nas tabelas ao lado, é possível perceber que a agressão física continua sendo o maior motivo pelo qual as mulheres buscam ajuda. Ameaças de morte estão em segundo lugar, seguido por agressão psicológica e sexual. A Casa Abrigo é regional e atende mulheres vítimas de agressão residentes em Sapiranga, também Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul e Esteio.
Para cada mulher abrigada pela Casa é desenvolvido um plano de intervenção distinto, considerando a história e a realidade de cada uma. “Todas as abrigadas realizam plano de intervenção e encaminhamentos. Com a questão da saúde, consultas médicas, exames e internações hospitalares com acompanhamento, assim como inclusão em projetos sociais e habitacionais”, esclarece Jossara Cardoso, secretária de Assistência Social. As crianças são matriculadas na escola regular e em projetos de contra turno escolar.
As mulheres recebem ainda assistência com vestuário, alimentação, auxílio com cadastro no programa Bolsa Família, e questão judiciária, com acompanhamento nas audiências. “Os desligamentos são comunicados via e-mail e contato telefônico às redes de cada Município de origem, mas principalmente às Coordenadorias das Mulheres e aos Conselhos Tutelares”, explica a secretária.
A Casa Abrigo ainda oferece oficinas de geração de renda, atividades externas e participação em eventos. À equipe de colaboradores são oferecidas capacitações, participação nos conselhos municipais de Assistência Social e dos Direitos da Mulher, asssim como em conferências municipais e estaduais sobre o assunto.
Mulheres atendidas pela Coordenadoria da Mulher, em Sapiranga
ANO CASOS
2016 173
2017 261
2018 (até maio) 57
Tipo de agressão (considerando os casos atendidos):
Física 50%
Ameaça de morte 30%
Psicológica 15%
Sexual 5%
Importante é não se calar
A orientação inicial para mulheres que venham a sofrer ou já sofrem qualquer tipo de violência doméstica é a de não se sujeitar e aceitar a agressão, pois existem leis que protegem a mulher. Denúncias podem ser realizadas pelo número 180 – central de atendimento à mulher – também pelo 0800.541.0803 – escuta lilás – e em Sapiranga, pelo plantão 24 horas da Coordenadoria da Mulher, através do telefone 995.999.657.
“Aconselhamos as mulheres a manterem-se o mais longe possível do agressor, mudar as fechaduras das portas e portões, orientar filhos, família, amigos, vizinhos, para chamarem a polícia em situação de perigo, até receber a medida protetiva. Procurar não andar sozinha na rua e levar sempre consigo o documento da medida protetiva”, salienta Jossara Cardoso, secretária de Asssitência Social.
A Coordenadoria da Mulher avalia que ainda existem muitas situações de violência que não chegam a gerar denúncias, nem busca de apoio ou orientação do serviço. “Buscamos oferecer o melhor acompanhamento possível para aquelas que nos procuram, mas, nos preocupa aquelas que ainda não conseguem buscar ajuda”, avalia a secretária. Entre os motivos que dificultam a mulher de acessar seus direitos, segundo a Coordenadoria, está a falta de informação, a dificuldade de fazer a denúncia, assim como a falta de uma patrulha da Maria da Penha.
Texto: Sabrina Strack Fotografia: Divulgação