Campo Bom amplia o apoio à mulher agredida

Campo Bom – As mulheres vítimas de violência doméstica no município contam com mais um local de apoio. Ativo há pouco mais de 60 dias, três acadêmicas do curso de psicologia da Feevale, agora prestam um trabalho de escuta terapêutica, três vezes por semana, junto à Delegacia de Polícia.
O delegado, Cléber dos Santos Lima, destaca que esta parceria é importante por se tratar de pessoas qualificadas prestando um apoio, que em muitos casos, deve ser voltado mais ao âmbito psicológico do que do ponto de vista criminal. 
O serviço – disponível também no Fórum de Campo Bom – foi ampliado após articulação do vereador, Valter Lemos (PCdoB), da Comissão de Segurança Pública da Câmara de Vereadores, com Polícia Civil e Feevale.
Meta do Projeto e raio-x
De acordo com dados da Secretaria de Políticas para Mulheres, a cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil. Em 49% dos casos o agressor é o próprio companheiro. Em 21% das denúncias, o cônjuge é o agressor. Ex-marido e ex-namorado responderam a 12% e 5%, respectivamente.
Nos municípios onde o Jornal Repercussão circula, apenas Sapiranga possui um Centro de Referência da Mulher, que ajuda no acolhimento e orientação de situações de agressão. Em Araricá, este tipo de ocorrência só é registrada pela Brigada Militar (BM). Em casos mais graves a vítima precisa se deslocar até Sapiranga para relatar a agressão para uma das instâncias competentes, para apurar este tipo de ocorrência.
No próximo ano, em Campo Bom, a Prefeitura deverá contar com um Departamento de Políticas Públicas para a Mulher. A proposta de emenda foi apresentada durante análise do Plano Plurianual, votado em julho, e era reivindicada para promover políticas públicas às vítimas de agressões.
O Projeto Ação Violência Familiar tem como meta o atendimento clínico das vítimas e agressores. A proposta do projeto é ampliar as adesões das vítimas ao tratamento, contribuindo para que o trauma e as marcas sejam superadas.
O Governo do Estado possui um contato exclusivo também. É o Escuta Lilás. A ligação é gratuita: 08000541 0803.
Parceria importante
Patricia Oliveira, estagiária do projeto, destaca que o trabalho contempla não só a vítima, como também, o agressor. “Necessitamos que os envolvidos em um episódio de violência, analisem e entendam o que motivou a agressão”, comenta. A psicoterapia pode durar entre 12 a 24 sessões.
Entre os motivos para os casos de violência doméstica estão aqueles associados à situações do uso demasiado de álcool e drogas. “Grande parte dos casos envolvem o abuso destas drogas”, pontua Patricia. Informações do Projeto Ação Violência Familiar no telefone: 3597-1313.