Brigada e bombeiros sofrem com redução de horas extras

Defasagem | Bombeiros têm prestação de serviços comprometidos 

Região – O reflexo do corte de horas extras anunciado pelo governador, José Ivo Sartori, está afetando, diretamente, duas importantes corporações do Estado que cuidam da segurança de milhares de cidadãos: a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros.
Em Campo Bom, os bombeiros atuam com um contingente mínimo de dois servidores diariamente. Caso venha ocorrer um incêndio, os servidores terão que fechar o quartel para atender a solicitação e se o caso for de grandes proporções, solicitar apoio de cidades próximas com mais estrutura, como Novo Hamburgo e Sapiranga.
A situação não é diferente em Sapiranga. O tenente do Corpo de Bombeiros, Luis Jatair Vargas, disse que o contingente de servidores em serviço por dia no Município é de seis servidores. “Em caso de ocorrências de maior volume, temos os colegas de folga, mas que estão de prontidão caso necessário”, explica o tenente. O alinhamento de efetivo (remanejando as atividades técnicas e operacionais) é uma das maneiras encontradas em Sapiranga para manter o atendimento adequado.
Campo Bom tem ambulância parada por carência de pessoal
Em 2014, o governo estadual, através da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), repassou 31 ambulâncias onde há Corpo de Bombeiros e em trechos de rodovias sob responsabilidade da estatal. Entre os municípios beneficiados pela medida na época estão Campo Bom e Sapiranga.
Mais de seis meses após o repasse, o Corpo de Bombeiros de Campo Bom encontra dificuldade em usufruir da nova unidade de socorro. Isso porque, com o baixo efetivo, agravado pela transferência de servidores para o litoral em razão da Operação Golfinho e do corte de horas extras, não há equipe para usar a ambulância. “Ganhamos a ambulância, mas temos dificuldade em encontrar efetivo para utilizar os chamados”, confidencia o sargento responsável pelo Corpo de Bombeiros de Campo Bom, José Vanderlei Pioner.
Entidade dos bombeiros fala em responsabilidade
A Associação de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Abergs), criticou a redução das horas extras e ressaltou que faltou visão e responsabilidade dos governantes, culminando com o fechamento de unidades de atendimento de emergência (caso do município de Canoas). O coordenador geral adjunto da Abergs, Florisbelo Adão Dutra, em entrevista para o Jornal Repercussão, mostrou preocupação com o momento e disse que espera uma definição favorável. “Temos quartéis no interior do Estado (casos de Campo Bom e Sapiranga) funcionando com o mínimo de servidores. Se ocorrerem duas situações adversas será um caos”, projeta.
Florisbelo aproveitou para criticar o convênio firmado entre EGR e Corpo de Bombeiros ainda em 2013. “Esse convênio é preocupante em razão da falta de efetivo que o Corpo de Bombeiros enfrenta”, explica Dutra.