Apreensão histórica de 2,7 toneladas de cocaína pela Polícia Federal teve presos ligados a Campo Bom

Campo Bom/Pelotas – A Polícia Federal realizou, na semana passada, a maior apreensão de drogas da história da instituição no Rio Grande do Sul. Os agentes localizaram 2,7 toneladas de cocaína pura dentro de uma residência e prenderam mais cincos criminosos em Pelotas.

Os presos são acusados de tráfico internacional de drogas e associação criminosa ao tráfico. Entre os cinco, quatro deles têm ligação com Campo Bom. Três nasceram no município e o outro apresentou o endereço de Campo Bom como moradia. Eles também estão vinculados com Novo Hamburgo, cidade em que quatro disseram estar morando.

O delegado da Polícia Federal em Pelotas, Robson Robin, conta que os agentes estavam monitorando o grupo há mais de um mês. A investigação aponta que os acusados, do Vale dos Sinos, utilizavam a residência como depósito e a droga estava pronta para ser transportada para fora do país pelo porto de Rio Grande. Toda a droga, conforme levantado até o momento, seria despachada na sua totalidade para fora do Brasil, ou seja, não seria vendida no Rio Grande do Sul.

 

“Tudo indicava que não tinham relação com Pelotas”

A polícia passou a desconfiar da movimentação na residência e por semanas os agentes realizaram monitoramento e diligências. “Chegaram informações de que pessoas avulsas, que não são de Pelotas, estavam em atividades suspeitas. Fomos verificar e vimos que elas não tinham vínculos comercial e residencial, e tinham comportamento que se fechavam em uma casa, que hoje soubemos que era depósito. Essas pessoas ficavam por horas no local, saíam apenas para comprar quentinhas. Era um comportamento que não era de família, nem comerciante. Não havia uma rotina de acordo. Nas diligências que seguiram, vigiamos, e vimos que eles se deslocavam de Pelotas para o Vale do Sinos. Os dias foram passando e os policiais reuniram materiais que levavam a investigação ao tráfico. “Foi um trabalho fruto de informações que evoluiu para uma vigilância técnica sobre o local. Intensificamos essa vigilância e as diligências nos levavam a acreditar que se tratava de tráfico de drogas, só não sabíamos em que volume e proporção”.

 

DROGA AVALIADA EM R$ 150 MILHÕES

No dia da apreensão e prisões, os agentes desconfiaram da forma que dois carros – um Voyage de Campo Bom com quatro pessoas – e outro se aproximaram da casa. Eles abriram o portão antes mesmo de chegar na frente. “O comportamento de abertura do local parecia que eles iriam retirar algo da casa. Os policiais, então, decidiram agir. Literalmente, entraram com eles na residência”. Para surpresa dos policiais, era imensa a quantidade de drogas e na casa não existiam móveis. “A droga estava toda em um cômodo. Parte dela em sacolas prontas para viagem, outra ainda em sacos e uma terceira parte já em embalagens reforçadas”, conta o delegado, que atuou ainda com as cinco prisões em flagrante. A droga está avaliada em R$ 150 milhões.

 

Todos possuem antecedentes criminais

Os acusados foram conduzidos à delegacia e, posterior, ao presídio regional de Pelotas, onde permanecem recolhidos. Todos eles possuem antecedentes criminais e são jovens, entre 20 e 27 anos. A investigação ainda está em andamento. “Foi um êxito no trabalho. A técnica e produção de inteligência têm surtido efeito. Temos o controle da nossa região. Pode aprontar, mas não pode errar, porque estamos atentos, serão responsabilizados”. O delegado também faz um alerta para os jovens. “Esse é um ritual que vai sempre se repetir, cadeia ou caixão. As vezes nos dois, não tem perspectiva de vida nisso, a juventude precisar ser alertada. Se cegam pelo imediatismo, triste ver entrando de cabeça em algo que não avaliam as consequências”.