Anuário de Segurança Pública deste ano expõe fragilidade da área no país

Números | Major da BM comenta resultados, que abrangem todo o país

Região – No último dia 3 de novembro, foi divulgado o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2016, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que discorre sobre temas como gastos com segurança pública, estatísticas criminais, violência nas escolas e população carcerária. O Anuário apresenta estatísticas separadas por estados.

Nas estatísticas criminais, o Rio Grande do Sul registrou um total de 2.605 vítimas de homicídios dolosos em 2015, contra 827 em Santa Catarina e 2.401 no Paraná. A Bahia, estado que mais registrou vítimas, atingiu a marca de 5.708.

No RS, o número de ocorrências (juntando casos de homicídios, duplo homicídios, etc)em 2015 foi de 2.405, contra 5.421, na Bahia. Já quando o crime é lesão corporal seguida de morte, o Anuário revela uma diminuição registrada no RS, de 2014 para 2015: há dois anos, o número de ocorrências era de 52, em 2015, passou para 32.

Major comenta os resultados do Anuário

Conforme o Anuário, 63% das pessoas acham que a polícia não tem condições adequadas de trabalho, porém, ao mesmo tempo, 59% tem medo de ser vítima de violência policial. O major João Ailton Iaruchewski, comandante do 32º Batalhão da Brigada Militar de Sapiranga, lembra que cada Estado tem uma particularidade, assim como cada município. “Especificamente na nossa região, tivemos um caso de violência policial no ano passado, que foi constatado de imediato e tomado as devidas providências. Foi uma excepcionalidade. Por aqui não existe esse tipo de ocorrência. Existe o uso moderado de força, para conter, eventualmente, um indivíduo agressor que não respeita uma ordem policial em uma abordagem. Mas tudo ocorre dentro da legalidade, sem excessos. A instrução que temos por aqui é de que os policiais sejam técnicos e profissionais, que é o que vem acontecendo”, considera o major.

Casos de violência em abordagens

Os dados do Anuário também apontam que as mortes de policiais registradas no Brasil são quase o dobro dos números registrados nos Estados Unidos. “Até pouco tempo atrás, quando chegávamos em uma situação de abordagem, o indivíduo favorecia a abordagem e não reagia. Hoje, se estamos abordando um indivíduo foragido, a primeira reação dele é efetuar o disparo, em praticamente todas as ocorrências temos confrontos armados, com os indivíduos fortemente armados. Tivemos um caso em Herval Grande de uma bala que atravessou o colete de um PM, que acabou morrendo”, diz o major.
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