Aniversário de Campo Bom: Cidade recebe um dos maiores investimentos da região

Em Campo Bom, grandes empresas se destacam por seu relacionamento com a cidade e garantem um protagonismo do município para diferentes setores da economia. Uma dessas empresas é a Verallia, que há mais de três décadas atua na fabricação de embalagens de vidro. Recentemente, a indústria anunciou um grande investimento para a cidade, que irá permitir novas contratações e incremento de receita ao município. Confira a entrevista do diretor-geral da empresa que, atualmente emprega 173 colaboradores diretos e 56 terceiros em Campo Bom.

Jornal Repercussão – Como foi idealizada a expansão da planta de Campo Bom? Qual o valor do investimento?
Quintin Testa – Expandir a planta de Campo Bom e aumentar a nossa capacidade produtiva já estava nos planos. A Verallia é uma empresa muito sólida no Brasil e globalmente, e que investe projetando o longo prazo.
O investimento total na construção do segundo forno é de 80 milhões de euros.

JR – Por que foi escolhida a cidade para essa expansão?
QT – Conforme mencionado, a Verallia é uma empresa que planeja a longo prazo e um investimento deste porte envolve vários fatores, como condições de mercado, contratos com clientes, entre outros. Vale destacar, adicionalmente, que a Verallia sempre manteve uma boa aproximação com os órgãos oficiais, tanto no nível municipal quanto no nível estadual, neste caso via Fundopem/RS e Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

JR – Como está o andamento do projeto?
QT – Em dezembro passado, foi emitida a LIA (Licença de Autorização de Ampliação) pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEMAM), órgão do governo do Rio Grande do Sul. Este documento permite o início das obras. Agora em janeiro iniciamos a terraplanagem e a construção civil deve iniciar em meados de março, levando cerca de 8 meses até sua conclusão, respeitando absolutamente todas as exigências ambientais.

JR – Como é a relação da empresa com a cidade e seus munícipes?
QT – A relação da Verallia com a cidade e a população local sempre foi muito boa. São mais de 30 anos que a fábrica da Verallia em Campo Bom opera. Portanto, ao longo deste tempo, já geramos muitos empregos para as pessoas e desenvolvimento para a cidade. Vale lembrar que o investimento feito nas novas instalações de Campo Bom irá gerar cerca de 140 empregos efetivos diretos e outros 30 indiretos. Ao longo da obra, o contingente de terceiros deve chegar a 1000 empregos indiretos na fase de construção civil. Ainda do ponto de vista de desenvolvimento econômico, gostaria de lembrar que a ampliação da capacidade produtiva é uma grande notícia para os fabricantes locais, pois muitos deles importam garrafas, já que não há disponibilidade maior no país.
O fato de termos uma fábrica na Região Sul garante uma produção constante, um benefício valioso para a importante indústria do vinho, já que reduz o custo de logística e transporte e a necessidade de importações. A ampliação de Campo Bom é mais uma demonstração da confiança que a Verallia tem na força e no crescimento do setor vinícola do Rio Grande”.

JR – Como a empresa se sente contribuindo para uma cidade que tem a pioneirismo em seu DNA?
QT – Muito orgulho, pois estamos ajudando a gerar empregos, renda e desenvolvimento socioeconômico. A Verallia faz parte da história de Campo Bom há 34 anos, desde que a fábrica começou a operar, em 1989, portanto, uma longa jornada de contribuição direta para que a cidade continue avançando e crescendo.

JR – Quais os novos projetos para a cidade?
QT – Importante questão. Paralelamente à expansão da planta, pretendemos implementar na cidade, a instalação de Pontos de Entrega Voluntária (PEV) para coleta exclusivamente de vidro, a ser destinado à reciclagem. Está prevista a instalação de 7 PEVs em praças, escolas e locais públicos de fácil acesso para que a população efetue o descarte adequado do vidro pós-consumo. A iniciativa é parte do Programa Vidro Vira Vidro, criado pela Verallia e que tem como propósito aumentar a circularidade desse material tão nobre no Brasil. Hoje, é estimado pelo setor que 75% dos vidros consumidos vão para aterros sanitários e apenas 25% são reciclados. Além do acúmulo de resíduo, os materiais destinados aos aterros possuem custo para as prefeituras. Para reciclar, não é preciso que o vidro esteja intacto. Apenas com a utilização de cacos na produção de novas embalagens já é possível reduzir o consumo de energia, a extração de recursos naturais e a emissão de CO2. Para se ter ideia, a cada 10% de caco utilizado na produção, pode-se reduzir 5% de CO2.