Um pé de quê?

Árvore no centro da cidade é histórica e chama atenção dos visitantes do espaço Fotos: Júnior Ribeiro.

Sapiranga – Quem é que, ao andar pelo centro da cidade, já não se deparou com aquela árvore gigante ali na Praça da Bandeira?

A tal árvore, que também está plantada em algumas calçadas do município, se chama Dilênia (Dillenia indica), também conhecida como Flor de Abril, Maçã-de-elefante, árvore-do-dinheiro, árvore da pataca, bolsa-de-pastor ou fruta-cofre. Segundo a secretária municipal de Meio ambiente e Preservação Ecológica, Rosane Reichert, não se sabe sobre o ano exato do seu plantio e interesse da época, mas a planta desperta a curiosidade de muitos moradores. “Ela não é nativa do Brasil, mas possui valor paisagístico e conta com o apreço de várias pessoas da comunidade. Tanto que, em torno do ano de 2002, quando reformulamos toda a Praça da Bandeira, fizemos questão de mantê-la”, diz a secretária.

Originária da Ásia Tropical, a árvore está distribuída por toda a Índia, Borneu e Filipinas, mas pode ser encontrada em vários outros países de clima tropical. As primeiras mudas desta espécie foram plantadas no Jardim Botânico do Rio – criado por Dom João VI em 1808 para aclimatação das plantas vindas do Oriente. O presente chegou pelas mãos de Luiz de Abreu Vieira e Silva, assim como várias outras espécies asiáticas.

Origem do nome popular

Fruta da pataca ou fruta-cofre são nomes comuns para este fruto. Acontece que quando a flor é fecundada, e o verdadeiro fruto se forma no centro, as extremidades da flor se curvam sobre o fruto para protegê-lo formando uma bola quase compacta. Qualquer coisa que esteja aderida à flor, seja inseto ou moeda, ficará aprisionada no interior da estrutura madura. Dizem que Dom Pedro I colou junto à flor moedas (patacas) para fazer brincadeira com seus conterrâneos, dizendo que por aqui dinheiro nascia em árvores. O truque era usado como uma pegadinha para diversão. Acho que o trote morreu por ali, mas o nome ficou.

O florescimento ocorre a partir de janeiro e pode ir até outubro e a frutificação ocorre de abril a agosto. A Dilênia se torna muito bonita, pois ao mesmo tempo encontram-se flores e frutos de todos os tamanhos, variando do verde claro ao amarelo dourado. O fruto um tanto quanto esquisito, possui função terapêutica que ainda está sendo estudada, mas alguns dados já são conhecidos. Popularmente é preparado uma tintura de seus frutos maduros para dores musculares e articulares, além de ser forte aliada ao tratamento de psoríase. Já na culinária, o fruto é utilizado como um tempero, que precisa ser preparado antes de colocá-lo nas receitas. Quando maduro, cada fruto chega a pesar aproximadamente um quilo.

Já a sua madeira é considerada muito boa para lenha. Além disso, por ser dura, resistente e de grande durabilidade, é utilizada em construção naval, rodas hidráulicas, obras imersas em água e carpintaria.
Agora que já sabemos um pouco mais sobre a tal ‘árvore esquisita’, que tal curtir um pouco a praça, tomando quem sabe um chimarrão à sua sombra? Ou quem sabe, como diz a lenda, ter a sorte de encontrar uma surpresa no meio dos frutos?