Alternativa na estiagem: abertura de açudes não apresenta procura em Campo Bom e Sapiranga

Região – A abertura de açudes pode despontar como uma alternativa para as propriedades rurais gaúchas que hoje enfrentam problemas em razão da estiagem. O fato é que, nos últimos anos, somente pedidos de reparos e ampliações de reservatórios já existentes foram feitos nos municípios de Campo Bom e Sapiranga. Não houve mais novos pedidos de aberturas de açudes para piscicultura que hoje necessitam de licença ambiental.

Em Campo Bom, segundo o responsável pelo escritório da Emater, Claudinei Baldisserra, os açudes possuem finalidade mista no município. “Hoje temos somente de 8 a 10 produtores com foco mais voltado a piscicultura. Os demais usam a reserva de água para adubação e irrigação, especialmente, de hortaliças. Hoje, uma retroescavadeira tem sido mais usada na manutenção dos açudes que já existem”, explicou.

A realidade em Sapiranga não é muito diferente da enfrentada no município vizinho. “Considero importante o armazenamento dessas águas superficiais por meio de açudes fazendo uma reserva legal obedecendo orientações técnicas. Creio que a partir do novo código florestal, começou a ter um controle maior”, analisou o secretário municipal de agricultura, Valdes Cavalheiro de Araújo.

O engenheiro agrônomo da Emater/Ascar em Sapiranga, Mateus Farias de Mello, também observa a pouca procura para abertura de açudes. “Existe alguns piscicultores, uns cinco, com pequenos reservatórios que devem somar juntos em torno de nove hectares de açudes com criação de peixes. Existem alguns casos em que é contratada uma máquina de forma particular para abertura sem o respectivo licenciamento ambiental”, disse, acrescentando que esses produtores correm o risco de possíveis multas por crimes ambientais.

Meio ambiente auxilia

O produtor rural que deseja abrir um açude deve obedecer algumas regras para conseguir a autorização por parte do Município. O procedimento antes solicitado junto a secretaria Municipal de Agricultura, hoje passa também pela pasta de Meio Ambiente. Os profissionais desse setor serão responsáveis pela orientação para que sejam respeitadas nascentes e outros cuidados. A medida evita que o produtor venha sofrer futuramente alguma multa por outros órgãos.

Pedidos de reparos são mais comuns

O Secretário de Agricultura de Sapiranga, Valdes Cavalheiro de Araújo, afirma que não tem recebido pedidos para abertura de novos açudes. “O que temos feito são manutenções e melhorias nos tanques. Hoje, a maioria são usados como bebedouro e, eventualmente, alguma família coloca peixes. Existe hoje um grupo de piscicultores com aproximadamente dez produtores. Nós temos subsidiado os alevinos, ampliamos a feira do peixe e, em breve, vamos ter um produtor comercializando de forma legal o filé de tilápia”, disse. O secretário considera que o armazenamento de água é importante desde que sejam obedecidas normas e orientações técnicas para licença ambiental.

Foto: Arquivo/JR.