Vale do Sinos e Vale do Paranhana engajados na luta contra a dengue: Igrejinha confirma 67 casos da doença

Agente de endemias realizando inspeção em possível foco do mosquito aedes aegypti Foto: Prefeitura de Sapiranga

Por Weslei Fillmann

O período de maior calor do ano, entre novembro e abril, acaba provocando um aumento natural no número de insetos. Isso se aplica também ao mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue, zika e chikungunya. Devido a isso, as prefeituras da região estão se mobilizando para realizar ações para reduzir a população desse inseto. As ações realizadas são baseadas no PNCD (Plano Nacional de Combate da Dengue), criado em 2002.

 

Remoção de pontos de água parada e aplicação de inseticidas no território urbano são os principais trabalhos realizados. Para obter a localização dos pontos que precisam da ação das prefeituras, os moradores podem entrar em contato com as respectivas administrações e repassar as informações.

Cada município possui uma equipe especializada em identificar locais que podem trazer riscos a saúde da população: os agentes de endemias. A partir dos dados encaminhados pelos agentes de saúde familiar, os agentes de endemia realizam a vistoria de residências, depósitos, terrenos baldios e estabelecimentos comerciais para buscar focos endêmicos.

Essas ações são realizadas sempre no período de calor. Como o Rio Grande do Sul possui um inverno frio, a população do mosquito costuma cair no meio do ano. Já o pico máximo de presença dos insetos costuma ocorrer em abril, no fim da temporada de calor.

Todas as amostras de casos suspeitos de dengue são encaminhados para o LACEN, o Centro Estadual de Vigilância Sanitária, em Porto Alegre. De lá, após verificação, os dados são reencaminhados para as cidades, apresentando o cenário que cada Prefeitura possui em seu município.

Bons números até o momento

Apesar do significativo número de casos suspeitos de dengue nas regiões do Sinos e Paranhana, que fazem parte da cobertura do Jornal Repercussão, Igrejinha e Parobé confirmaram casos de dengue.

Devido a isso, Igrejinha é o município que deve tomar as primeiras providências mais intensas. Parobé tem apenas dois casos confirmados. Taquara apresenta o segundo maior número de suspeitas, seguido de Campo Bom e Sapiranga. Rolante, Riozinho e Nova Hartz estão com a situação extremamente controlada, sem suspeitas.

Como está a incidência de possíveis casos de dengue em cada município

IGREJINHA
O município está realizando a campanha “Todos Contra o Mosquito da Dengue”. As principais ações são voltadas para o bairro Acácias, além do bairro Bom Pastor e Cohab. São entregue panfletos, mensagens em carro de som e imunizações nos bairros com aplicação de inseticida. Cemitérios do município também recebem imunização. São quatro agentes de endemias pelo município, além dos agentes comunitários da saúde, que fazem a conscientização dos moradores. Das 100 amostras enviadas para análise, 67 delas deram positivo para dengue, o que deixa o município em alerta.

PAROBÉ
Dois casos positivos de dengue foram anunciados hoje (10) pela Secretaria de Saúde. São 30 casos suspeitos e todos estão sendo monitorados. Foi intensificado o trabalho de agentes nas residências, com intuito de eliminar os possíveis focos de mosquitos e coleta de larvas. 12 profissionais fazem os trabalhos de campo, como a pulverização, principalmente nos bairros Planalto e 3L.

SAPIRANGA
Em Sapiranga, a primeira pesquisa larvária em imóveis foi realizada no mês de janeiro e estão programados mais três ciclos de pesquisa ao longo de 2022. Hoje, há dois casos suspeitos e nenhum confirmado. São nove agentes de endemias e 18 agentes comunitários realizando ações em todo o município mediante chamado da população.

ROLANTE
O município realizou no dia 8 um comitê para retomar as atividades de prevenção contra o mosquito causador de dengue, zika e chikungunya. O bairro Contestado deve receber as primeiras ações. Até o momento, nenhum caso suspeito ou confirmado de dengue.

NOVA HARTZ
A Vigilância Sanitária está realizando visitas aos Pontos Estratégicos, como cemitérios, borracharias, materiais de construção, a cada 15 dias. São dois agentes de endemias realizando as atividades, em todos os bairros. Até o momento, não há nenhum caso suspeito ou confirmado.

RIOZINHO
Foram identificadas, pela primeira vez, larvas do mosquito aedes aegypti no município, no bairro Centro. Não há casos suspeitos ou confirmados de dengue. Um decreto foi emitido pela Prefeitura, proibindo o uso e comercialização de vasos para flores e decorações sem furo. Uma empresa terceirizada foi contratada para realizar a dedetização na área central.

TAQUARA
São 16 casos suspeitos e nenhum confirmado, com exames encaminhados para o LACEN. Além das ações de coleta e rastreamento, desenvolvidas pelos agentes de endemias, os agentes de saúde e os profissionais que atuam na saúde estão desenvolvendo medidas de orientação e prevenção, como treinamento das equipes. Os bairros monitorados são: Jardim do Prado, Empresa, Sagrada Família e Petrópolis.

CAMPO BOM
Até o momento, são três casos suspeitos, sendo dois no bairro 25 de Julho e um no bairro Operária. Os agentes de endemias, oito no total, estão agindo nos arredores dos casos suspeitos de dengue, verificando presença de larvas dos mosquitos na casa e orientando os moradores. A Prefeitura está disponibilizando repelentes para as pessoas que estão com suspeita de dengue.