Mapa dos bairros de Sapiranga; são 18 microrregiões que compõem a geografia do município

Sapiranga – São 69 anos desde a emancipação de Sapiranga. Assim como outros municípios, são inúmeras histórias, relatos e mudanças ao longo do tempo.

 

Tais divergências vão além dos governantes ou das culturas. Elas refletem, também, a geografia local e até mesmo o nome dos bairros, que carregam tradições. A seguir, confira algumas histórias.

Bairro Centenário ou Vila África?

Nomeado em homenagem ao centenário da imigração alemã, que alcança os 200 anos em 2024, esta história é marcada por exclusão e prenconceito. Na década de 60, o bairro Centenário era chamado de Vila África. A determinação surgiu diante do espaço “designado” para os negros. “Esse espaço do outro lado do arroio, que era a Vila África, vai se tornar um bairro de Sapiranga. Com a expansão da rede urbana, o novo bairro Centenário, que não é mais a Vila África, ou seja, não é um lugar habitado por pessoas negras, passa a ser loteado, expandido e ocupado por famílias, da sua grande maioria, de origem inclusive germânica”, cita Daniel Gevehr, diretor do Museu Municipal de Sapiranga.

Fofocas e intrigas = bairro Amaral Ribeiro

Essa microrregião já foi chamada de Ratzenberg, que em uma tradução literal do alemão significa “morro das brigas/fococas”, pois a área que compõe esta localidade tem uma leve elevação. Mais tarde, o nome Amaral Ribeiro viria para homenagear uma figura importante para toda a região. “É uma homenagem a um personagem importante, não apenas da história de Sapiranga, mas da nossa história regional, porque ele era um comandante, uma pessoa influente, o chefe de todo o processo das operações de engenharia que deram como resultado da Estrada de Ferro”.

Precursora entre as mulheres: Irma Venter

Sapiranga é composta, também, de homenagens a figuras femininas. O bairro Vila Irma exemplifica isso. Irma Venter foi uma mulher à frente do seu tempo. Ela era proprietária de um estabelecimento na localidade, uma pequena fabriqueta, como se denominava naquela época. Por conta disso, ela foi muito conhecidada nas proximidades, o que viria a se tornar referência para o nome do bairro. “A famosa fábrica de calçado da Irma Venter. Em homenagem a esta mulher, aquelas terras do outro lado lá que pertenciam a ela, obviamente, vão receber o nome dela”, descreve o professor Daniel.

São Luiz; religiosidade ou reconhecimento a alguém?

Houve um acréscimo no nome, mas não existe nenhuma referência religiosa. “Seu Luiz” era um homem que morava nas proximidades do bairro que carrega seu nome e era o proprietário de muitas terras por aquela localidade. Por isso, a homenagem.

“Por isso que ficou São Luiz, e na verdade, era em função do Seu Luiz, que era o proprietário das terras, tanto que é Luiz com Z, e o Santo, normalmente é Luís com S. Nossa São Luiz é com Z, é diferente, por causa do Seu Luiz, que era proprietário daquelas terras”, explica Daniel sobre as origens do bairro e o porquê do “z” ao invés do “s”.