Cerca de 60 famílias, que lutam por moradia popular, ocuparam uma área de terras de aproximadamente dois hectares neste sábado (6), na Travessão Ferrabraz, Bairro São Jacó, em Sapiranga. Essa é a segunda ocupação em menos de 40 dias na cidade. Desta vez, porém, a informação vinda das próprias famílias é que a área de terra seria da Prefeitura e não particular.
De acordo com o líder do grupo, Valdonir José de Vargas, 49 anos, apesar das famílias terem vindo em sua maioria da outra ocupação, iniciada no dia 2 de maio próxima ao Loteamento Pinheirinhos, elas não fazem parte do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direito (MTD). A própria líder do MTD, Juliana Camargo, frisa que o movimento não tem ligação com essa segunda ocupação.
Conforme Vargas, o grupo que ocupa a área luta apenas por moradia digna. “Não temos envolvimento com nenhum partido e não queremos tomar nada de ninguém. Queremos pagar um valor que esteja dentro das nossas condições. Tentaremos uma reunião com a prefeita logo na segunda-feira para solucionar o nosso problema”, frisa.
Valdonir ainda diz que todas as pessoas da ocupação são de Sapiranga, mas ninguém teria feito ainda o cadastro na Secretaria Municipal da Habitação. O grupo saiu da área de terra próximo ao Loteamento Pinheirinhos devido ao oficial de justiça já ter comunicado a reintegração de posse. “Não podíamos mais ficar naquele local. Quem somos nós pra ir contra o que a justiça determinou? Então decidimos vir pra cá”, finaliza.
Em nota nesta semana, após a justiça determinar a reintegração de posse do local ocupado no Bairro Amaral Ribeiro, o município citou os programas habitacionais desenvolvidos na cidade, como os 256 apartamentos do Residencial Centenário já entregues e as 101 novas casas que estão em construção no Bairro São Jacó. A Secretaria da Habitação ainda citou a negociação com empreiteiras locais para a realização de mais 416 moradias no Bairro São Luiz. Este último projeto, no entanto, sofre com a falta de repasse de recursos federais de acordo com a pasta.