Entre os principais presos pela Brigada Militar no Vale do Sinos estão os jovens com idade entre 18 a 25 anos. Em 2014, das 518 prisões já realizadas pelo 32º Batalhão de Polícia Militar, 105 foram de menores de 18 anos e 290 de pessoas com idade entre 18 a 25 anos.
Essa estatística, além de revelar a necessidade dos governos federal, estadual e municipais construírem políticas públicas sólidas voltadas para a juventude de forma conjunta, engrossa outra triste estatística que o Brasil possui: a de mortes violentas entre a juventude. Em Sapiranga, dos 12 homicídios registrados em 2014, oito tiveram como vítimas, homens com idade entre 17 e 30 anos.
O homicídio é a principal causa de mortes não naturais e violentas entre os jovens no País.
Influência da internet
Quem engrossa o coro de que os jovens estão mais sucetíveis ao crime é o major da Brigada Militar de Sapiranga, Marcelo Carpes. O comandante do 32º Batalhão de Polícia Militar revela, até mesmo, um perfil dos jovens que acabam se envolvendo com os crimes. “São pessoas instruídas, com Ensino Médio completo e que optam pelo crime, acreditando que podem ganhar dinheiro fácil”, comenta Carpes.
Na opinião do comandante do 32º BPM, a globalização contribui para o aumento da delinquência. Ele cita ainda casos de jovens em que marginais ostentam frutos do crime nas redes sociais, como fator de atração da juventude para o mundo do crime.
Menores de idade
“Por ser menor, não significa que ele ficará impune”. O alerta é do major Marcelo Carpes, da Brigada Militar de Sapiranga. “No passado, estes jovens se envolviam em pequenos furtos (furtavam bicicleta, xampus). Hoje, eles recebem ordens para matar ou ainda são utilizados como aviãozinhos do tráfico”, comenta o major.
Momento cultural
Para o vereador de Campo Bom, Valter Lemos (PC do B), é necessário enxergar o momento cultural que o mundo vive para entender os motivos que levam à juventde para o mundo do crime. “Hoje, 1/3 da população mundial tem entre 15 e 24 anos. E a juventude é a maior parcela da sociedade economicamente ativa”, destaca.
Conselho tutelar
A alta incidência de adolescentes com o crime preocupa os conselheiros tutelares. Em Sapiranga, a conselheira, Zenaide de Fátima, defende a tese de que o jovem que se envolve em crimes e toma tal atitude, para suprir seus desejos de consumo.