Um time sem taça, mas que deixou saudades, em Campo Bom

 Repercussão – Como foi a tua chegada ao 15?
Pitol – Eu atuava pelo Grêmio naquele ano, estava na pré-temporada com o clube em Gramado porque haviam contratado o Tavarelli* e eu acabei arrumando uma confusão com a direção do time, e todos sabem o que aconteceu e fui para o 15 de Campo Bom.  *De acordo com o site de esportes do Portal Terra, O Grêmio havia acertado a contratação de Ricardo Tavarelli, até então goleiro da seleção paraguaia, e teria diminuído o valor de salário da renovação de Pitol, o que o deixou descontente e pediu a saída do clube.

 Repercussão – Como era o ambiente daquele time?
Pitol – Lá no 15 de Novembro, como a gente sabe, se formou um ambiente maravilhoso, com jogadores de um nível técnico muito bom. Nós formamos uma equipe forte, competitiva, tanto que dali o treinador Mano Menezes foi lançado ao mercado* e até pela qualidade dos jogadores que tínhamos lá, como Perdigão, Dauri, entre outros nomes, como Marcelo Muller, Edmilson, Canhoto, foram ótimos jogadores no plantel e nos ajudaram muito. *O treinador do 15 naquela temporada, Mano Menezes, foi contratado posteriormente pelo Caxias, de Caxias do Sul e mais tarde pelo Grêmio, em 2005, com a incumbência de tirar o clube da Série B.

Repercussão – Vocês sentiam que estavam escrevendo a história da equipe?
Pitol – Querendo ou não, conseguimos entrar para a história do clube, conseguimos ser o terceiro melhor time do Brasil, com a possibilidade de ter chego entre os finalistas, enfrentando o Flamengo, a verdade é essa. Houve alguns percalços naquela partida decisiva contra o Santo André, que acabou prejudicando um pouco. Principalmente naquele dia que fomos jogar no Estádio Olímpico*, quando tivemos algumas brigas, algumas confusões entre alguns atletas com a direção, pois tinham dito que nós (atletas) tínhamos uma premiação alta, e não tinha. Acabou gerando esse atrito e acredito que atrapalhou um pouco, mas enfim, isso não foi a grande culpa. O Santo André era uma grande equipe também, tanto que foi campeã e foi uma pena não termos chego até à final. *O segundo jogo das semifinais da Copa do Brasil entre 15 de Novembro e Santo André ocorreu no Estádio Olímpico por conta da capacidade de receber mais torcedores do que o Estádio Sady Schmidt. O jogo de ida, em São Paulo, o 15 havia vencido pelo placar de 4 a 3.

Repercussão – Como era a tua rotina? Tu morava em Campo Bom durante esse período?
Pitol – Nós treinávamos muito. Havia muita dedicação envolvida. Fizemos um bom Campeonato Gaúcho também. Sou natural de São Leopoldo, então eu ia bastante para minha casa em São Leopoldo, quase todos os dias.

 Repercussão – Até hoje, tu é procurado por algum torcedor ou fã que lembra daquele período?
Pitol – Até hoje, quando tem pessoas de Campo Bom, encontro essas pessoas, elas falam, perguntam, falam sobre a história daquele time, sobre nossas conquistas, os jogos decisivos que tivemos, ter jogado contra o Vasco e ganhado a partida, mesmo contra o Marcelinho*. *Na segunda fase da competição, o time recebeu o Vasco da Gama, liderado pelo ídolo do Corinthians Marcelinho Carioca, o “Pé de Anjo” e empatou no Sady Schmidt em 1 a 1. No jogo de volta, bateu o cruz-maltino pelo placar de 3 a 0, em pleno São Januário.

Repercussão – Qual o teu sentimento pelo time e pela cidade de Campo Bom?
Pitol – O sentimento que eu tenho pelo 15 de Campo Bom é de imensa gratidão. Foi um clube que infelizmente caiu de produção e acabou caindo da primeira divisão estadual, não teve a continuidade no futebol profissional, mas sou muito grato por tudo que passei lá. É um time que marcou minha história dentro do futebol. Espero que o 15 volte forte em um certo momento e possa estar novamente na primeira divisão estadual e dando alegrias ao seu torcedor.

Palavra de um ídolo

“Espero que o 15 volte forte em um certo momento e possa estar novamente na primeira divisão estadual e dando alegrias ao seu torcedor”.