Maratona de jogos exige preparação especial no 15

Na busca pela preparação ideal, time enfrenta dura sequência de jogos e teme pela condição dos atletas

Campo Bom – Com o calendário apertado, o 15 de Novembro, de Campo Bom, está correndo contra o tempo. A seqüência de jogos que chega a 3 por semana, desrespeitando as 48h de intervalo entre os jogos determinada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e dificultando o trabalho da preparação física e o processo de montagem do time para o resto da temporada. O clube disputa atualmente duas competições: Copa Metropolitana e a Segundona do Campeonato Gaúcho. Em três partidas disputadas até agora, somando os dois campeonatos, o time não conquistou nenhum ponto e ocupa as últimas colocações dos campeonatos. O preparador físico, Sérgio Silva, que está no clube desde fevereiro deste ano, tenta manter uma rotina de trabalhos físicos, apesar do grande desgaste que afeta os jogadores com o acumulo de jogos. Além dos jogadores que chegaram no clube em meio à competição, em vários estágios de preparação, o pouco tempo de trabalho também é um adversário para a equipe. Em pouco mais de 10 dias, desde o início da competição, segundo Silva, alguns atletas já estão sentindo os efeitos da série de partidas.
Priorizar a Segundona
O objetivo principal do 15 de Novembro, em 2013,  é garantir uma vaga na Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho em 2014. Segundo Sérgio Silva,  a dura seqüência de  jogos,  será a saída para um elenco considerado pequeno. No total, o clube conta com 33 jogadores, número que não permite fazer rodízio de jogadores, e dar um período maior de descanso para os atletas. Montar duas equipes, uma para disputar a Copa Metropolitana e outra a Segundona Gaúcha, também está descartado. Para conquistar o tão sonhado acesso à primeira divisão, a primeira missão da comissão técnica é encontrar  a escalação ideal, que  ainda não foi possível devido as lesões que ocorreram na temporada.
Jornal Repercussão – Como foi o processo de montagem do grupo para o início dos trabalhos, você recebeu o grupo em que estágio de preparação?
Sérgio Silva – Boa parte dos atletas do grupo principal, subiram da base para o profissional. Eles já estavam em um grau de preparação avançada, pois estavam jogando. Os demais foram contratados a partir da chegada do treinador. Alguns jogadores da região e outros de fora do Rio Grande do Sul foram contratados. Começamos o processo de avaliação e verificamos que cada um estava num patamar diferente do outro. Demoramos quase 10 dias para finalizar esta avaliação. 
Jornal Repercussão – Como está sendo feito o treinamento físico?
Sérgio Silva – Nós começamos com um trabalho em dois tempos, manhã e tarde. Mas em seguida, o plantel começou a sentir os treinos, e foram ocorrendo muitas contusões, os jogadores começaram a sentir fadiga muscular e apareceram pequenas lesões. Não temos um controle específico para prevenir esse tipo de lesões. E isso resultou na redução da carga de trabalho. A estrutura do 15 de hoje não é a mesma de anos atrás. Temos  condições de jogar as competições profissionais, mas o investimento não é compatível. 
Jornal Repercussão – Quantos jogadores estão no momento no Departamento Médico??
Sérgio Silva – Hoje nós temos 4 jogadores no DM. Um está com uma contratura nas costas e está realizando fisioterapia. Outro está com a perna quebrada, e deve ser liberado em pouco mais de 10 dias para começar o treinamento com bola. Além dessas lesões, outros jogadores estão fora do peso. Agora, o Departamento Médico está praticamente vazio.
Jornal Repercussão – Como está sendo o trabalho da parte física com a parte técnica?
Sérgio Silva – Nós conversamos muito, o trabalho é feito em conjunto. O Patrício (treinador do 15 de Campo Bom), é muito aberto para receber opiniões de toda a comissão técnica. Nós tínhamos uma programação definida num período de 6 meses para disputar a Segunda Divisão do Campeonato Gaúcho, mas a Copinha (Copa Metropolitana) acabou quebrando nosso planejamento.
Jornal Repercussão – Os resultados negativos podem ser justificados pelo pouco tempo para a preparação física?
Sérgio Silva – Mesmo com a escassez de tempo que tivemos, nós conseguimos montar um grupo de trabalho, e já temos uma linha de raciocínio de trabalho, que foi desenvolvida pelo Patrício Boques. Só não conseguimos repetir a escalação por contusões, e alguns jogadores que foi constatado em exames fadiga muscular. Falhas essas que estão atrapalhando o nosso desempenho nas competições. Não há preparação física que aguente, mas temos que ir dançando conforme a música. 
Jornal Repercussão – Algum jogador está fazendo algum trabalho específico?
Sérgio Silva – Sim, alguns atletas como o Cacique (centroavante) faz um trabalho de hipertrofia muscular, fora do horário, pois é muito franzino. Precisa aumentar de 7 a 8 kg de massa muscular. É um trabalho que se estende durante três meses, que deveria ter sido feito antes da competição. Outro é o goleiro Mateus, pela forte carga de exercícios físicos quando chegou ao clube, perdeu muitos quilos e também está fazendo um trabalho para ganhar massa muscular. Mas temos o objetivo de levar o 15 à divisão de acesso do futebol Gaúcho e faremos tudo para isso.