Leão Armas e Munições consolida atuação diferenciada em Sapiranga e estrutura vem conquistando cada vez mais sócios

Sapiranga – “Nosso objetivo vai muito além de botar arma na cintura de uma pessoa e largar na rua. Nosso objetivo, antes de mais nada, é formar amigos”. É dessa forma que Darcy Leão, proprietário junto com o filho Mateus, da Leão Armas e Munições, define a empresa, focada no comércio, documentações e registro de armas, assim como cursos e instruções, funcionando como um clube de tiro, hoje com cerca de 300 sócios.

Para acesso a loja é necessário realizar um pré cadastro. Da mesma forma, para se tornar sócio do clube, uma checagem completa de antecedentes é realizada para manter um dos princípios mais importantes, o da segurança.

“Trabalhamos com portões fechados. Então para entrar aqui, ou é sócio, ou é pessoa das nossas relações, ou é pessoa indicada. Mesmo sendo indicada, se a gente não conhecer, a gente pede que nos mande o RG pelo whats ou e-mail para já consultar”, explica Darcy.

Outro detalhe são os atendimentos, realizados com hora marcada, visando garantir a privacidade e a individualização do atendimento. “Para comprar, ver e falar sobre armas, demanda tempo. Sempre procuramos marcar hora para realmente dar um atendimento perfeito. Tirar dúvidas sobre leis e armas”, pontua, salientando que a empresa possui todos os certificados necessários, e projeto de segurança para funcionar, desde prefeitura, até exército, polícia civil e federal.

Qualificação, instruções e cuidados com a segurança

A empresa tem pai e filho tocando o negócio e conta com mais um funcionário. O instrutor de tiro e psicólogo são credenciados junto a Polícia Federal. Os proprietários se orgulham em salientar que todo o trabalho é realizado “religiosamente dentro da lei. Exército vem aqui, vistoria. E isso nos enche de orgulho. Estamos muito felizes”, declarou Darcy.

O primeiro passo, portanto, para entrar no clube e na própria loja, é a checagem da ficha do sujeito, através do RG, enviado previamente para a empresa. “Se vier aqui diretamente, pegamos o documento lá fora. Se a ficha sair limpa, pode entrar, tudo certo”, destaca Darcy, salientando que casos como Maria da Penha, receptação, roubo, e outros mais graves, rigorosamente, não são aceitos.

Na sequência, após comprovada a idoneidade da pessoa, antes de qualquer aula ou contato com arma, ela passa pelo teste psicológico. Somente depois é que vem o curso de tiro. Casos especiais acontecem e são tratados com seriedade. “Já aconteceu de pessoas que fizeram o curso de tiro, diversas e diversas aulas, a gente percebeu que a pessoa não se daria bem com aquilo, a gente aconselhou ela a desistir. Temos preocupação muito grande com isso”, pontua o proprietário.

Quando são novatos, ainda em fase de treinamento, as práticas não ocorrem junto aos demais, prezando pela segurança de todos e pelo não constrangimento do aluno.

Estrutura

A Leão vende e providencia a documentação completa para a arma e o proprietário. Para se associar ao clube e utilizar toda a estrutura e munição o sócio paga uma anuidade de R$500,00. Para quem não possui arma, são oferecidos pacotes separados em que o sócio pode utilizar as armas do clube. Em relação a estrutura do prédio, comprado pela família em outubro de 2017, foi reformada cumprindo com todas as normas existentes. O segundo andar é onde ocorrem as práticas. A parede lateral é dupla, com um espaço vazio entre elas para ajudar a dissipar o som. No teto, há uma camada de 12 cm de isopor e depois a laje. A parede de trás é composta por gesso acústico duplo, com lã de rocha de 6 cm entre e espuma acústica anti chama, por fora. O local ainda conta com piso de borracha, sistema de exaustão e ar condicionado. Lá dentro, é obrigatório a utilização de protetores auriculares e óculos.

Segurança e convívio social são prioridades

Prezando pela segurança, a parede apara bala, ao fundo do espaço da prática, conta com chapas de aço de 12,7mm cobertas pelas cortinas de pvc grosso, que evita a volta de qualquer resquício de projétil. Outro ponto prezado na Leão é o convívio social entre os sócios. A intenção também é que todos se sintam em família e levem suas próprias famílias para confraternizarem. “Criamos um lado familiar, ao lado de amigos. A gente procura ter um algo a mais. Nossos sócios têm que se sentir bem. Inúmeros sócios vem aqui só pra conversar”, destaca Darcy.

Sonho antigo em realidade

O gosto e a motivação para abrir o negócio veio de berço. “Meu pai gostava, meus tios, meu avô. Veio passando. Meus filhos atiram desde os 4 anos. Grande problema com criança é quando se torna uma curiosidade. Meus se criaram conhecendo e sabendo o perigo”, conta Darcy, destacando a alegria em tocar a empresa que ele define como um sonho realizado, principalmente do filho, Mateus. Resolveram então montar algo dentro do que gostavam, percebendo o potencial de crescimento que Sapiranga oferecia ao negócio. Hoje, atendem tanto sociedade civil, quanto forças de segurança, como brigadianos, policiais, além de juízes e promotores.

Porte de Armas de Fogo

Conforme o site da Polícia Federal, o porte de arma de fogo consiste em um documento, normalmente com validade de 3 anos, que autoriza o cidadão a portar, transportar e trazer consigo uma arma, de forma discreta, fora das dependências de sua residência ou local de trabalho. Diferente da posse, que é manter a arma em casa ou no local de trabalho (essa permissão é válida por 10 anos). Para obter o porte, o cidadão deve ir até uma unidade da Polícia Federal, entregar o requerimento preenchido (disponibilizado no site), e demais documentos exigidos e a declaração escrita de efetiva necessidade. O decreto expedido em janeiro pelo presidente Jair Bolsonaro flexibilizou, entre outros pontos, o conceito de efetiva necessidade.

Confira abaixo o vídeo produzido pelo Repercussão na Leão Armas, que acompanhou a prática de dois sócios

Texto e Fotos: Sabrina Strack