Jogador de Sapiranga é destaque na liga nacional da Bolívia

Felipe (número 29) com os companheiros do Stormers San Lorenzo de Potosí.

Sapiranga – A carreira de jogador de futebol é um sonho para muitas crianças brasileiras, e não foi diferente para o sapiranguense Felipe Hartmann, de 22 anos. Ainda bem pequeno, quando o esporte era mais uma brincadeira, aos 4 anos de idade, Felipe começou a trilhar o seu caminho, na Escolinha de Futebol do Cairú. Depois desse período – onde passou ainda pelas escolinhas e base de Juventude, Associação Sapiranga e Novo Hamburgo – o atleta iniciou, efetivamente, a carreira profissional no Cruzeiro de Porto Alegre em 2018. A temporada 2019 foi no Paraguai jogando pelo Silvio Pettirossi e depois no 12 de Outubro. No mesmo ano, houve a transferência para o Colegiales e a disputa da Copa do Paraguai.

 

O ano de 2020 foi difícil para todos e, além das dificuldades impostas pela pandemia, Felipe teve problemas de saúde e estava prestes a largar o futebol. Quando recebeu uma ligação de um jogador de futebol brasileiro, Regis de Souza, que é natural de Nova Hartz. Régis é ídolo na Bolívia e tem uma escolinha de futebol em La Paz , onde não somente incentiva jovens à prática esportiva, como também ensina valores e responsabilidades.
O contato do Régis era a respeito da transferência de Felipe para o futebol boliviano. Ele agora está no Club Stormers San Lorenzo, time histórico da cidade de Potosí (originialmente era o Stormers Petrolero Club, fundado em 1897) a equipe foi rebaixada em 2020 e está lutando para voltar à principal liga boliviana e também busca vaga na Copa Sul Americana.

 

Apesar de ser, muitas vezes, relacionada ao glamour e sucesso financeiro, a vida de jogador de futebol não é tão simples quanto parece. “Mesmo com muitas dificuldades, podia ter entrado para a vida do crime, como alguns amigos fizeram, mas sempre tive princípios ensinados pelo meu irmão, que me ensinou tudo que eu sei”, relata Felipe, que na profissão é conhecido como ‘Pantera’, apelido que ganhou pelo estilo aguerrido em campo, relacionado ao comportamento selvagem do felino.
Aos 22 anos, Felipe Pantera está vivendo um sonho e, ao mesmo, quer voar ainda mais alto. “Só tenho a dizer aos meninos que nunca deixem de sonhar, sempre lutem por aquilo que querem. Muitos vão criticar, vão rir, como aconteceu comigo, mas hoje, mais de 20 mil pessoas gritam meu nome. Quando isso acontece, vem só uma coisa a minha cabeça: eu consegui”.

Treinamento intenso para atuar na altitude

Postosí está localizada na Cordilheira dos Andes e é umas cidades mais altas do mundo, estando a quase 4 mil metros acima do nível do mar. “Aqui, às vezes, faz -8°, -10°, demorei quase um mês para me acostumar com o frio e a altitude”, conta Felipe. Para a prática esportiva, o ar rarefeito provocado pela localização da cidade faz muita diferença no desempenho. O atacante, no entanto, já está adaptado e atuando na equipe desde abril deste ano. No último dia 21, ele participou do clássico contra o Rosário Central, que terminou em empate de 1×1. Em outra partida, contra o Oruro Royal, também um empate em 2×2, o jogador marcou nas duas vezes pelo San Lorenzo, sendo o segundo gol através de uma assistência do amigo Régis Souza. Felipe marcou de cabeça aos 39 minutos do segundo tempo.