No próximo domingo (07), a vitória mais marcante da história do Clube 15 de Novembro completa 20 anos. Em uma noite mágica de 07 de abril de 2004, o Tricolor Campo-Bonense não tomou conhecimento do poderoso Vasco da Gama e, em pleno São Januário, goleou o Cruzmaltino treinado por Joel Santana por 3 a 0 no jogo de volta das quartas-de-final da Copa do Brasil, garantindo vaga para a semifinal da competição. O resultado de 3 a 0 confirmou um enfrentamento magnífico do time comandando por Mano Menezes contra os vascaínos já que no jogo de ida, no Sady Schmidt, o placar terminara 1 a 1.
As lembranças daquele 07 de abril estão presentes na memória de todo torcedor quinzista e jamais serão esquecidas. Apesar de, na fase seguinte a vaga para a final não ser garantida, aquele confronto emblemático é lembrado até hoje quando se trata de resultados surpreendentes da Copa do Brasil, a competição mais democrática do país.
“A vitória foi o ápice da campanha”, cita ex-presidente
Marco Aurélio Feltes era o presidente do Clube 15 de Novembro nos momentos gloriosos da equipe no futebol profissional. Para ele, a vitória expressiva em São Januário começou a ser conquistada com ações e reflexos do primeiro jogo. “Esse resultado já começou bem estruturado no primeiro jogo aqui em Campo Bom com o empate e tirando o Marcelinho Carioca (expulso) do segundo jogo. A nossa estratégia também foi baseada em cima disso”, recorda Feltes, que exalta não só os confrontos contra o Vasco da Gama. “A nossa campanha, em si, naquele ano foi muito boa, mas aquela vitória no Rio de Janeiro foi o ápice, dando uma credibilidade para todo o grupo. Vale para a história”, detalha o ex-presidente. “Sempre que o 15 esteve em campo no futebol profissional, se procurou fazer o melhor e como presidente, na época, a gente tem gratidão por tudo isso. Sempre exaltando também o seu Armin Blos, que nos deu todo o suporte e acompanhamento para esses jogos marcantes”, conclui Marco Aurélio.
“Foi um momento único”, lembra Marcelo Pitol
Quem estava diretamente envolvido no confronto também não esquece da noite mágica vivida em solo carioca. O goleiro Marcelo Pitol era o responsável por segurar o ímpeto do ataque vascaíno e, além de não sofrer gols, pôde comemorar a classificação, coroando uma grande atuação. O arqueiro, atualmente defendendo as cores do Aimoré, lembra com carinho daquela noite e daquela campanha do 15. “Aquele momento foi único, importantíssimo para a cidade e para o clube”, resume Pitol. “Fizemos um jogo muito disputado, conseguimos uma vitória incrível, que ninguém esperava, diante de um Vasco recheado de estrelas”, avalia o goleiro que também destaca a importância daquele confronto para a sequência da carreira de muitos atletas que atuavam pela equipe campo-bonense. “Nosso time tinha grandes atletas e dali saíram para buscar seus valores dentro do futebol nacional”, cita. “Muito contente em fazer parte desta história tão maravilhosa e incrível que foi atuar pelo 15”, finaliza Marcelo.
“Difícil explicar o que foi aquela noite”, recorda torcedor
A torcida organizada Camisa 15 mostrava seu orgulho em torcer pelo clube de Campo Bom e o presidente do grupo na época, Leandro Heinsohn lembra com emoção daquele 07 de abril. “Foi uma noite que faltam palavras para explicar aquela nossa alegria”, lembra. “Era a primeira vez que o 15 jogava fora do estado com transmissão em TV aberta para todo o país e o Brasil olhando um time do interior do Rio Grande do Sul vestindo amarelo deixando pelo caminho um gigante do futebol brasileiro que era o Vasco da Gama”, recorda o torcedor. “Lembro que estávamos em uma lancheria no Centro da cidade chorando de emoção ao ver o nosso clube vencendo esse gigante do futebol brasileiro. Parece que foi ontem, mas dentro da memória do torcedor esse momento marcante de muito orgulho está fresco”, conta Leandro emocionado. “Fico muito feliz de relembrar isso, não tem como não chorar de novo”, celebra.
Campanha
O 15 treinado por Mano Menezes em 07/04/2004 esteve em campo com Marcelo Pitol; Borges Neto, Luiz Oscar, Jairo Santos; Marcelo Müller (Bebeto), Romeu, Perdigão (Márcio), Gérson Lente, Canhoto; Edinho (Edmílson), Dauri. Os gols daquela partida foram marcados por Dauri (2x) e Canhoto. O 15 conquistou o terceiro lugar na competição. O Santo André foi o campeão e o Flamengo foi vice.
