Em Campo Bom, prática do judô é muito mais que disputas em tatames

O esporte como ferramenta de desenvolvimento de crianças e adolescentes é uma realidade que, cada vez mais, ganha força, independente da modalidade. Uma das práticas que tem uma relevância enorme nesse contexto é o judô.

Um exemplo claro da importância dessa modalidade é percebida em Campo Bom, onde o tatame e o kimono fazem parte das atividades do Programa Acolher, projeto de contraturno desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação. Diversas crianças participam do projeto no horário inverso da sala de aula, muitas, inclusive, participando da equipe de competição do programa.

O judô também é importante para o desenvolvimento de crianças e adolescentes diagnosticadas com ansiedade e transtorno do espectro autista, por exemplo. A prática contínua da modalidade por esses jovens tem um reflexo direto no dia a dia de suas rotinas, conforme reforça o técnico da equipe de competição de judô do programa Acolher, Danison Adão da Silva. “Quando um aluno diagnosticado com autismo começa a praticar o judô e passa a interagir com os demais colegas, já é uma grande vitória nossa”, resume Silva, que também é presidente da Associação de Judô de Campo Bom.

Judô e a evolução no autismo

As peculiaridades e os avanços constantes que as crianças e jovens diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista conquistam, através da prática do judô, são exaltadas por Danison. “O maior desafio que a gente tem com essas crianças é a questão do contato. A gente procura trabalhar, inicialmente, algumas atividades relacionadas ao vocabulário corporal como rolamento, a queda, até o momento em que o aluno vai chegar na interação com os colegas”, explica o judoca. “Esse momento é uma grande vitória”, comemora Silva.

Após o processo de interação, Danison revela que a evolução passa a ser ainda mais significativa. “Naturalmente, após essa interação com os colegas, ele passa a apresentar uma evolução no convívio social, tanto nas aulas de judô, como também na escola e com a família”, detalha.

Judô e a ansiedade

Crianças e jovens diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) têm, no judô, um grande estímulo. “A concentração que o esporte exige é a nossa grande aliada, pois, no momento que a criança entende que, para evouir no judô, vai precisar focar no professor e na atividade, isso faz com que elas desenvolvam essa capacidade de concentração”, explica Danison. “Isso demanda tempo, cada aluno tem seu tempo”, acrescenta.