Canarinhos marcam a história no futsal de Araricá

Legado | Iniciativa irá completar 29 anos no próximo mês. Atualmente, 140 jovens treinam futsal na escolinha


Araricá – Incentivar a prática de esportes, para que as crianças de sua cidade tenham uma vida saudável e longe da drogadição. Esta é a principal missão de Mario Souza dos Santos Forte, treinador e fundador dos Canarinhos, escolinha de futebol de salão de Araricá. 
É com grande satisfação que o treinador conta que, dia 17 de maio, a Escola Canarinhos completa 29 anos de atividades. Mario ensina, atualmente, 140 jovens e crianças, de 5 a 12 anos. Os treinos ocorrem todos os sábados, das 12h30 às 16h, no Ginásio Municipal de Esportes.  
Mario também é professor de futebol de alunos das escolas municipais, como Martim Raschke, Theno Grings e Francisca Isabel, além de dar aulas no Colégio Luterano Sião, escola particular de Araricá. “Para dar aula nessas escolas, eu recebo salário. Agora, com os Canarinhos, meu pagamento é a boa nota que o aluno tirar na escola. Para mim, não tem pagamento maior do que meus alunos tirarem boas notas no colégio”, diz o treinador. Para participar dos treinos de futsal, basta que os pais compareçam ao Ginásio com os futuros jogadores e realizem um pequeno cadastro.
Impossibilitado de jogar, Mario decidiu ensinar às crianças
Segundo Mario, quando as aulas dos Canarinhos começaram, ele ensinava futebol de campo. “Como quando chovia não podíamos jogar, passamos para o futebol de salão e faz dez anos que ensino futsal aos garotos”, conta.
Quando tinha 17 anos, Mario Forte machucou o joelho, o que o impossibilitou de jogar futebol. “Não podia ver um guri jogando bola que ficava com vontade de jogar também. Um dia, logo quando comecei a aprender a dirigir, estava passando por uma vila pequena, quando surgiu uma bola na frente do carro e um gurizinho veio logo atrás. Foi aí que tive a idéia de treinar esses guris, para que não precisassem mais jogar na rua”.
Treinador diz que não inscreve equipe para disputar dinheiro
E é justamente por ter como objetivo tirar os meninos da rua que Mario diz que não entra em competições cujo prêmio seja dinheiro. “Não jogo por dinheiro, prefiro que a disputa seja por medalhas ou troféus para o time. Assim, os guris podem levar as medalhas pra casa e sentir que lutaram por aquela conquista.”
Para sustentar os custos da escolinha, o treinador conta com a ajuda dos pais de seus alunos. “Faço meio frango para vender e os pais dão uma mãozinha”. Mario comenta que os principais custos da escola são com fardamento e com as bolas de futsal. “A Prefeitura nos dá transporte quando jogamos fora da cidade. Na Páscoa, fomos jogar em Osório e dois ônibus nos levaram até lá”.