Atleta de downhill, sapiranguense Leonardo Becher da Silva coleciona títulos nacionais e internacionais

Sapiranga – Agora com 16 anos, Leonardo Becher da Silva pratica downhill desde os 12 anos. Iniciou no esporte por causa de um amigo que já praticava. A modalidade que consiste em descer com uma bicicleta por trilhas inclinadas e cheias de obstáculos, como pedras, galhos e raízes, assustou os pais no começo. “No início foi complicado, com o tempo a gente acostumou. Downhill é um esporte radical, o risco é grande e a gente está consciente disso, então quando ele vai, nós já vamos preparados”, conta o pai Jairo Teixeira da Silva.

Durante estes quatro anos que está no esporte, Leonardo já colecionou títulos de grande expressão. Foi quatro vezes campeão gaúcho, duas vezes campeão brasileiro, conquistou o terceiro lugar do pan americano no ano passado e neste ano, na Argentina, ergueu a taça de primeiro colocado no pan, na categoria Cadetes B. Já com todos estes títulos conquistados, Leonardo declara, “pretendo correr a Copa do Mundo”, e explica que ainda não pode participar da competição, pois não tem idade suficiente para ingressar na categoria Junior, a mínima para disputar o campeonato.

Downhill e bicicross são modalidades distintas, “downhill é uma descida contra o relógio, com obstáculos naturais como pedras, raízes e buracos, porém também tem obstáculos como saltos. Já o bicicross acontece em uma pista com mais saltos e curvas, mas em um terreno plano”, explica Leonardo.

O esporte custa caro

Sem patrocínio, Jairo conta que os custos são altos, só a bicicleta custou em torno de R$50.000,00, além das manutenções. “Para manter ela é caro. Como o downhill é muito radical, quebra um cano em uma pedra, são uns mil reais, se estraga o freio, são mais R$2800,00, estraga um disco, outros mil reais, e por aí vai”, conta o pai. Já a mãe, Fátima Regina Becher da Silva, lembra, que além da bicicleta e equipamentos, os custos para as viagens também são altos, ainda mais quando as competições demandam mais tempo, “nem sempre a gente consegue acompanhar quando é longe, tanto pelo trabalho, quanto pelo custo”, lamenta Fátima.

Rotina de treinos

Já no segundo ano do ensino médio, o pai conta que é difícil para Leonardo conciliar treinos, corridas e estudo. “É que o Leo falta bastante aula. Quando ele foi para a Argentina, ficou 15 dias fora, agora para o brasileiro mais uma semana”, mas Leonardo conversa com a escola e com atestados fornecidos pelas corridas consegue recuperar as aulas.

Leonardo corre pela equipe ADHV de Bento Gonçalves e a equipe escolhe sempre uma pista em algum lugar do Estado para os treinos.

O piloto conta que treina downhill três vezes na semana, além dos treinos na academia e pedalada. E afirma que não pretende trocar de modalidade como alguns amigos fizeram, indo para o motocross. “Trocar não. É bom ter uma moto às vezes para treinar, mas trocar não.”
Texto: Laura Blos
Foto: Arquivo pessoal