Alex Pires precisa se adaptar a outra prova mirando em Paris 2024

Rotina intensa de treinamentos é necessária para manter o nível competitivo/ Foto: Redes Sociais

Sapiranga – A cidade se orgulha de ter entre os seus filhos um atleta de reconhecimento mundial. Alex Douglas Pires da Silva, de 31 anos, que já havia competido nos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, conquistou em 2021 uma medalha de prata em Tóquio, contribuindo para a melhor marca da história do Brasil em uma Paralimpíada.

Cada prova tem especificações quanto às necessidades físicas dos competidores. Alex competiu na Maratona T-46, na qual participam atletas com grau moderado ou alto grau de deficiência em um ou ambos os braços ou com ausência de membros superiores. Estes atletas geram impulso quase exclusivamente através das pernas com um reduzido contrapeso por parte dos braços.
Em 19 de novembro de 2021, o Comitê Paralímpico Internacional divulgou o programa para Paris 2024, e a Maratona T-46 foi excluída, o que prejudicou Alex. “Para continuar sonhando com Paris, vou precisar fazer uma transição e disputar outra prova, mas com muito treinamento e dedicação, eu acredito que vai dar certo”, comenta o velocista com otimismo.
No entanto, para poder se dedicar aos treinamentos um atleta precisa de apoio financeiro, quesito que Alex foi prejudicado pela mudança no Programa Paralímpico.

 

Atletas de alto rendimento precisam dedicar tempo integral aos treinamentos, uma rotina pesada

Para treinar em alto nível, um atleta precisa se dedicar em tempo integral ao esporte. “Hoje, eu tenho uma rotina diária de dois turnos por dia, e final de semana indo também fazer um treino um pouco mais longo de um turno”, comenta. Para poder manter o ritmo e conseguir participar das competições, o patrocínio é fundamental. Se um atleta não tem algum patrocínio precisa buscar outra fonte de renda e os treinamentos são prejudicados.
Alex, por exemplo, perdeu neste ano a Bolsa Pódio, auxílio instituído pela lei nº 12.395, de 2011, com a finalidade de apoiar atletas com chances de disputar finais e medalhas olímpicas e paralímpicas. Como medalhista paralímpico, Alex recebia esse incentivo, renovado a cada 12 meses, mas com a sua prova excluída, ele não encaixa mais nessa categoria.

Vakinha e nova disputa de prova

O espírito competidor de Alex Pires não deixa que percalços como a perda de patrocínio abale a sua dedicação. “Vou fazer a transição para os 1500 metros T- 46, é uma prova que eu também já fiz história, já fui medalhista de prata em campeonatos mundiais, então tenho grandes chances de voltar a correr essa prova bem. É uma questão de treino e de tempo né, então temos ainda praticamente dois anos até a chegada dos Jogos Paralímpicos. Acredito que é possível”, declara.
No início do ano surgiu a ideia de criar uma vaquinha on-line para conseguir algum recurso e tentar suprir a falta da bolsa que não vai receber neste ano. O termo ‘atleta de alto rendimento’ significa justamente a dedicação em tempo integral para aquele objetivo, o que é impossível sem recursos. Para quem quiser ajudar, os endereços são www.vaka.me/2631699 ou Pix p-alex@hotmail.com.
A expectativa é de que, ainda dentro deste ciclo paralímpico, Alex consiga receber novamente os incentivos do Programa Bolsa Atleta, em que ele se encaixa. Ele também tem expressão na prova dos 1.500 metros, sendo o atual recordista das Américas nessa prova, recorde que já dura 7 anos.