Além das ondas: os três aventureiros de Nova Hartz que participaram da Travessia Torres-Tramandaí

Foto: Arquivo Pessoal

Nova Hartz – O que, para muitos, é destino de descanso e lazer, para outros foi o encontro com a adrenalina.
Durante os meses do verão, as estradas que costeiam o Litoral Norte Gaúcho se transformam em verdadeiras rotas de aventura e descoberta, onde milhares de turistas vão em busca de entretenimento nas horas vagas.
Já para o trio nova-hartzense, a água salgada do Atlântico é a companheira fiel nos 84 quilômetros de distância da tradicional Travessia Torres-Tramandaí (TTT), até o ponto final na Barra de Imbé. Diego Amaral, Douglas Wilske e Maicon Schmitt saíram do ponto de largada, na Avenida Cristóvão Colombo, esquina com a Avenida Dom Pedro, em Torres, às 6h do sábado (27) rumo a mais uma jornada de superação.
Maicon e Douglas competiram na modalidade Dupla Masculino e ficaram na 8ª colocação com o tempo de 6h25 de percurso. Já Diego correu solo, e ficou com a 78º colocação no tempo de 9h57 de trajeto.
A 18ª edição da TTT contou com a predominância de tempo nublado e alguns períodos de instabilidade nas praias do Litoral Norte, um cenário bem diferente do ano passado, quando o sol forte e a sensação de abafamento marcaram presença.
Em entrevista ao Grupo Repercussão, os competidores falaram sobre a experiência vivida nessa edição do TTT. Houve muito treino e preparo físico para resistir a todo o trajeto. Ter cruzado a linha de chegada foi um momento ímpar, pois a conquista foi de toda a equipe.

Diego Amaral – 40 anos

Jornal Repercussão – Como você começou a se interessar por corridas de longa distância?
Diego Amaral – Eu comecei a correr há 7 anos, por causa de um problema de saúde que tive, correndo 5 km.
Jornal Repercussão – Qual foi sua motivação para participar da Travessia Torres-Tramandaí?
Diego Amaral – Em novembro do ano passado, recebi uma mensagem que uma pessoa tinha a inscrição para fazer a prova e não poderia participar. Acabei aceitando o desafio.
Jornal Repercussão – Pode compartilhar um destaque memorável da sua experiência na TTT?
Diego Amaral – Existem vários momentos de superação da prova. É uma prova muito dura por vários fatores, entre eles, areia fofa ou beirada inclinada com as ondas invadindo, pés encharcados e com areia no tênis. A chegada e o encontro com os amigos vibrando é a melhor parte.
Jornal Repercussão – Você tem planos de participar novamente da TTT ou de outras corridas desafiadoras?
Diego Amaral – Ainda não estou bem decidido se vou fazer provas longas, mas até ano que vem tem muita coisa por vir, quem sabe.

Diego Amaral / Foto: Arquivo Pessoal

Maicon Schmitt – 35 anos

Jornal Repercussão – Como você começou a se interessar por corridas de longa distância?
Maicon Schmitt – Essa foi a segunda corrida de longa distância que participei, mas meu foco é nas distâncias curtas, até 10km.
Jornal Repercussão – Qual foi sua motivação para participar da Travessia Torres-Tramandaí?
Maicon Schmitt – A TTT é uma das corridas mais famosas do RS, e surgiu o interesse através de um convite feito pelo meu amigo Douglas. Logo aceitei, pois vi uma oportunidade de sair da zona de conforto e conhecer meus limites, já que a corrida exige muito preparo físico e mental.
Jornal Repercussão – Pode compartilhar um destaque memorável da sua experiência na TTT?
Maicon Schmitt – Logo de início, eu achei que não ia ter forças para isso (pois eu já tinha corrido os trechos 2 e 4), mas consegui fazer um ritmo muito melhor que eu imaginei, e confesso que quando terminei desabei no choro.
Jornal Repercussão – Você tem planos de participar novamente da TTT ou de outras corridas desafiadoras?
Maicon Schmitt – Eu estou me organizando para participar esse ano da São Silvestre (que é 15km), mas para a próxima TTT não decidi.

Maicon Schmitt / Foto: Arquivo Pessoal

Douglas Wilske – 35 anos

Jornal Repercussão – Como você começou a se interessar por corridas de longa distância?
Douglas Wilske – Comecei a me interessar por corrida depois da descoberta de um câncer na minha mãe, quando durante o tratamento dela fiz a promessa de correr uma maratona.
Jornal Repercussão – Qual foi sua motivação para participar da Travessia Torres-Tramandaí?
Douglas Wilske – A TTT sempre é comentada nos grupos de assessoria, sempre foi vista como uma prova desafiadora, portanto um alvo para quem procura objetivos de superação. Logo, não demoraria a vir a ter o desejo de participar dela.
Jornal Repercussão – Pode compartilhar um destaque memorável da sua experiência na TTT?
Douglas Wilske – Com certeza é a logística de revezamento, no qual a dupla vira equipe de quarteto, pois tem o apoio de bike e do motorista que fazem tanto o abastecimento de água, quanto a execução do percurso.
Jornal Repercussão – Você tem planos de participar novamente da TTT ou de outras corridas desafiadoras?
Douglas Wilske – Sim, tenho em vista outros 3 desafios no primeiro semestre deste ano, a Maratona do Vinho, a New Balance e a minha favorita: a Internacional de POA.

Douglas Wilske / Foto: Arquivo Pessoal

Correr e contemplar a vista do mar

Travessia Torres-Tramandaí (TTT) está entre as duas maiores corridas realizadas no Rio Grande do Sul, junto com a Maratona Internacional de Porto Alegre. Ambas reúnem o maior número de participantes e têm os maiores públicos de espectadores.
No formato de ultramaratona, a prova reúne cerca de 3.000 inscritos, que percorrem um total de 84 km, divididos em 4 categorias, correndo pela beira da praia, em frente a mais de 500 mil pessoas. A TTT não é apenas uma corrida, é um grande happening, uma festa que reúne o público à beira-mar e os atletas.

Por Kainã Bohn